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Formação e alteridade: pesquisa na e com a escola
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Palavras-chave

Formação. Alteridade. Pesquisa da educação. Trabalho coletivo. Ensino fundamental. Narrativa.

Como Citar

CHALUH, Laura Noemi. Formação e alteridade: pesquisa na e com a escola. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 10, n. 1, p. 248–249, 2009. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/1028. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Este estudo traz minha experiência formativa enquanto pesquisadora ao optar por desenvolver uma pesquisa em uma Escola Municipal de Ensino Fundamental, “Escola Padre Francisco Silva”, em Campinas - SP, no período de 2003-2005. Nesse percurso, participei de dois espaçostempos de reflexão coletiva, o Trabalho Docente Coletivo (TDC) e o Grupo de Reflexão sobre Letramento e Alfabetização (GA), grupos constituídos pelas professoras das primeiras séries iniciais e pela equipe de gestão. A presença na escola tinha como objetivo compreender como as professoras recriavam a política pública de formação, na tentativa de entender quais os sentidos que essa assumia nesses espaçostempos, como se constituíam esses grupos e quais as possibilidades de desenvolver um trabalho coletivo a partir deles. A sala de aula também foi um lugar privilegiado de vivência visto que colaborei com o trabalho pedagógico de duas professoras junto aos seus alunos e alunas. Nesse contexto foi possível problematizar uma diversidade de aspectos que no seu conjunto oferecem um olhar caleidoscópico da escola pública. Esse olhar permitiu acompanhar: o processo de constituição do grupo de professoras que, ao tomar consciência das contradições postas na escola, promoveram uma série de ações a partir de um trabalho coletivo; a ênfase na palavra falada e escrita quando assumida pelas professoras, alunos para a emancipação; a problematização da homogeneidade e da igualdade; o acolhimento e a hospitalidade na escola; o olhar da professora pesquisadora e os sentidos da avaliação dentre outros. Ao entrar na escola e viver a escola, no encontro com os outros, fui mobilizada a refletir a respeito da minha própria formação e minha constituição enquanto pesquisadora. Nesse sentido, fui levada não só a me questionar sobre meu lugar enunciativo, sobre minha subjetividade no processo de construção da pesquisa, como também problematizar a simultaneidade de lugares (não-lugares) ocupados, atribuindo sentidos outros à presença de uma pesquisadora na escola. Este trabalho apresenta acontecimentos e encontros com as professoras e leva a marca do pensamento bakhtiniano – principalmente os conceitos de alteridade e diálogo – instâncias fundamentais tanto para o processo de formação das professoras como para o meu enquanto pesquisadora. A formação é compreendida, neste estudo, como uma relação de provoca-ação, na qual o outro se apresenta como desencadeador de diferentes e diversos processos formativos. A perspectiva de pesquisa construída a partir deste trabalho, “pesquisa na e com a escola”, está sustentada por uma trilogia – pesquisa - alteridade- formação – que diz da potencialidade da pesquisa quando relacionada ao processo formativo: o encontro escola e universidade, o diálogo e a colaboração. Minha experiência como pesquisadora que, enquanto pesquisa, forma e se forma com as professoras, é apresentada em forma de narrativa, evidenciando a importância da recuperação das histórias coletivas construídas na escola e sabendo que, além dos sentidos produzidos neste trabalho, novas e outras histórias serão criadas. 

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