Banner Portal
Aguçando o entendimento dos ter mos triádicos Mẽbengôkre via aborígenes australianos: dialogando com Merlan e outros
PDF

Palavras-chave

Tronco makro-jê. Língua mẽbengôkre. Termos triádicos. Vocativos.

Como Citar

LEA, Vanessa. Aguçando o entendimento dos ter mos triádicos Mẽbengôkre via aborígenes australianos: dialogando com Merlan e outros. LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, Campinas, SP, v. 4, n. 1, p. 29–42, 2012. DOI: 10.20396/liames.v4i1.1421. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/liames/article/view/1421. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

O trabalho enfoca os termos triádicos encontrados na língua Me)bengokre, com o intuito de estimular comparações com as demais sociedades Jê. Alguns antropólogos notaram a existência de tais termos, mas os consideraram circunlocuções, relativas à afinidade. O leque de termos que encontrei demonstra que não se limita a termos referentes aos afins. Tentei reduzi-los a uma espécie de equação, do tipo: ‘meu filho = teu filho classificatório’. Após vinte anos sem conseguir avançar esta discussão, descobri termos análogos na
Austrália, onde foram analisadas por F. Merlan e mais alguns autores. Tais termos compõem uma série distinta dos termos básicos de referência e vocativos. Demonstram um requinte lógico, preenchendo uma lacuna semântica que falta em línguas como inglês ou português. Manifestam noções de geometria (ou etno-matemática), demonstrando, no caso Me)bengôkre, a sofisticação de uma sociedade que há pouco mais de meio século atrás foi rotulada como ‘marginal’ à floresta tropical. 
https://doi.org/10.20396/liames.v4i1.1421
PDF

Referências

DREYFUS, S. (1963). Les Kayapo du Nord: Contribution à l'étude des Indiens Ge. Paris & The Hague: Mouton & Co, 1963.

HÉRITIER, Françoise. (1989). Enciclopédia Einaudí 20. Parentesco. Parentesco. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, [1979], 1989.

LAUGHREN, Mary. (1982). Warlpiri Kinship Structure. In Languages of Kinship in Aboriginal Australia, organizado por J. Heath, F. Merlan e A. Rumsey, 72-85. Sydney: Oceania Linguistic Monographs.

LEA, V. (1984). The origin of ceremonially endowed names (Txukarramãe). In Folk Literature of the Gê Indians, vol.2. J. Wilbert e K. Simoneau (orgs.). Los Angeles: UCLA.

LEA, V. (1986). Nomes e nekrets Kayapó: uma concepção de riqueza. Museu Nacional, Universidade Federal de Rio de Janeiro. Tese de doutorado.

LEA, V. (1992). M?bengokre (Kayapó) personal names - total social facts in Central Brazil. Man, Londres. Vol.27 (NS), no 1, p. 129-153.

LEA, V. (2002). O corpo como suporte para a geometria. In: Idéias Matemáticas de Povos Culturalmente Distintos. Mariana K. Leal Ferreira (org.). São Paulo: Centro Mari-USP/ Editora Global.

LÉVI-STRAUSS, Claude. (1958). Les organisations dualistes existent-elles? In: Anthropologie Structurale. Paris: Plon, [1956].

MERLAN, Francesca. (1989). Jawoyn Relationship Terms: Interactional Dimensions of Australian Kin Classification. Anthropological Linguistics 31, nos. 3-4, p, 227-263.

MCCONVELL, Patrick. (1982). Neutralisation and Degrees of Respect in Gurindji. In Languages of Kinship in Aboriginal Australia, organizado por J. Heath, F. Merlan e A. Rumsey, 86-105. Sydney: Oceania Linguistic Monographs.

MCGREGOR, William. (1996). Dyadic and Polyadic Kin Terms in Gooniyandi. Anthropological Linguistics Vol.38, nº2, p. 216-247.

RIVIÈRE, P. (1980). Dialectical Societies: Review article. Man 15 (3), p.533-540.

SEEGER, A. (1981). Nature and Society in Central Brazil: The Suyá Indians of Mato Grosso. Cambridge MA.:Harvard Univ. Press.

STOUT, M. & THOMSON, R. (1974). Fonêmica Txukahamei (Kayapó). Série Lingüística 3.

STRATHERN, M. (1988). The Gender of the Gift: Problems with Women and Problems with Society in Melanesia. Berkeley: Univ. of California Press.

STRATHERN, M. Necessidade de pais, necessidade de mães. Estudos Feministas. Ano 3 n° 2, p.303-329, 1995.

TURNER, T. (1966). Social Structure and Political Organization among the Northern Kayapó.

Universidade de Harvard. Tese de Doutorado.

VIDAL, L. (1977). Morte e Vida de uma sociedade Indígena Brasileira. São Paulo: Hucitec.

VIVEIROS DE CASTRO, E. (1996). Ambos os Três: sobre algumas distinções tipológicas e seu significado estrutural na teoria do parentesco. Anuário Antropológico - 95. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.

VIVEIROS DE CASTRO, E. Dravidian and related kinship systems. In: Godelier, M., Trautman, T.R., e Tjon Sie Fat, F. (orgs.) Transformations of Kinship. Washington: Smithsonian Institution Press, 1998. [Corresponde à versão inglesa da referência anterior].

A LIAMES: Línguas Indígenas Americanas utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Os artigos e demais trabalhos publicados na LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, publicação de acesso aberto, passa a seguir os princípios da licença do Creative Commons. Uma nova publicação do mesmo texto, de iniciativa de seu autor ou de terceiros, fica sujeita à expressa menção da precedência de sua publicação neste periódico, citando-se a edição e a data desta publicação.

Downloads

Não há dados estatísticos.