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Os novos letramentos digitais como lugares de construção de ativismo político sobre sexualidade e gênero
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Palavras-chave

Letramentos digitais. Web 2.0. Multidão. Ativismo político. Gênero. Sexualidade

Como Citar

LOPES, Luiz Paulo da Moita. Os novos letramentos digitais como lugares de construção de ativismo político sobre sexualidade e gênero. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 49, n. 2, p. 393–417, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8645268. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Compreendendo os chamados novos letramentos digitais como práticas socioculturais, argumentase como tais espaços se tornaram, na contemporaneidade, lugares de ativismo político e de construção de significados transgressores sobre a vida pública e privada, por meio dos quais sub-políticas são construídas. A seguir, teoriza-se a vida social em tais letramentos como típica da Web 2.0 no sentido de que envolve modos de ação e de pensar específicos, que questionam a autoria, já que são coloborativos e participativos, ao passo que nos colocam em meio a Multidão e seus discursos inovadores, desestruturadores e inesperados. Tais discursos são cruciais, pois podem colaborar na reinvenção social, ensaiando o futuro. Para finalizar, analisam-se dois espaços de afinidades na Web 2.0, centrados no ativismo político sobre sexualidade e gênero, caracterizando os movimentos interacionais em desenvolvimento em tais práticas sociais de letramentos e o modo como nos expõem a futuros alternativos: uma demanda crucial em nossos tempos.

ABSTRACT:

Theorizing the so-called new digital literacies as socio-cultural practices, it is argued that such sites have contemporarily become spaces for political activism and for the construction of transgressive meanings about public and private life, through which sub-political actions are constructed. Next, social life in such literacies is theorized as typical of Web 2.0 in the sense that it involves specific modes of action and of thinking, which question authorship, since they are collaborative and participative, at the same time that they position us amidst the Multitude and their innovative, de-structured and unexpected discourses. Such discourses are crucial because they may collaborate with the re-invention of social life, rehearsing the future. Finally, two spaces of affinity in Web 2.0, centered on sexuality and gender, are analyzed through the characterization of the interactional moves in such social practices and through the way they expose ourselves to alternative futures: a crucial demand of our times.

Keywords: digital literacies; Web 2.0; Multitude; political activism; gender; sexuality

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