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Políticas sociais, participação comunitária e a desprofissionalização do care
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Palavras-chave

Care. Gênero. Políticas sociais.

Como Citar

SORJ, Bila. Políticas sociais, participação comunitária e a desprofissionalização do care. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 46, p. 107–128, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8645368. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Este artigo se propõe a examinar o sentido que o trabalho comunitário adquire no contexto de mudanças do modelo de políticas sociais, no modo de governar, ocorridas no Brasil sobretudo a partir de 2000. Atribuindo às comunidades, i.e., às mulheres, o papel ativo de co-responsáveis pelo desenvolvimento e bem-estar social local, examina-se o programa Mulheres da Paz, no Rio de Janeiro, implantado nas favelas da cidade como alternativa às formas de enfrentamento da violência urbana historicamente praticadas no país. Analisa-se a incidência da ação do Estado na desprofissionalização do trabalho de cuidado das mulheres junto aos jovens “em situação de risco”. Conclui-se que os novos modos de governar não são processos lineares, mas complexos e ambivalentes, envolvendo constantes disputas entre gestores, operadoras e o público alvo sobre os objetivos, conteúdos e significados dessa política social.

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