Constelações semiótico-discursivas: organização simbólica de elementos participativos em diferentes sistemas semióticos

Resumo

Determinadas questões semióticas e discursivas chamam a atenção em relação à produção de possíveis sentidos e de possíveis impactos dessa produção na sociedade. Com esses pressupostos, objetivou-se proporcionar um diálogo entre as perspectivas semióticas de Benveniste (1989), Peirce (1999), Santaella (2000), Queiroz (2004) e Eco (2014) juntamente às ideias dos estudos críticos do discurso (VAN DJIK, 2020, 2021; FAIRCLOUGH, 2019; CHARAUDEAU, 2006), a fim de: i) identificar como elementos participativos de diferentes sistemas semióticos formam constelações a partir de perspectivas discursivas; ii) descortinar que o processo de formação de constelações proporciona o processo simbólico/ideológico com maior intensidade; e iii) indicar a articulação de signos por meio de um determinado discurso, de forma a permitir maior alcance e entendimento àqueles que compartilham das mesmas perspectivas discursivas. Para tratar essa temática, tomou-se como metodologia uma revisão bibliográfica, que posteriormente seria submetida à prova empírica, por meio de análises de postagens no Instagram de figuras políticas públicas inseridas no discurso bolsonarista e declaradamente apoiadoras da FPE (Frente Parlamentar Evangélica). Ao final das considerações e das análises, constatou-se que os processos e relações estabelecidos entre diferentes signos de diferentes sistemas semióticos podem estabelecer relações lógicas entre si por meio das pautas discursivas contextualizadas, como o meio, o instante da produção e o agente (re)produtor do texto. Essas relações, devido à forma como se articulam, abstratamente se configurariam como constelações.