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Aquisição de leitura/escrita: uma interpretação discursivamente orientada da relação voluntário/automático
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Palavras-chave

Escrita. Fonoaudiologia. Neurolinguística Discursiva

Como Citar

FREIRE, Fernanda Maria Pereira; BORDIN, Sonia Sellin. Aquisição de leitura/escrita: uma interpretação discursivamente orientada da relação voluntário/automático. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 58, n. 2, p. 329–344, 2016. DOI: 10.20396/cel.v58i2.8647158. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8647158. Acesso em: 16 abr. 2024.

Resumo

Discutimos as particularidades do processo de aquisição de leitura e escrita do sujeito RM, em acompanhamento fonoaudiológico dos 8 aos 12 anos em virtude de queixas de dificuldades escolares, e as diferenças entre seu desempenho na escrita e na leitura, com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Neurolinguística Discursiva, em especial, o conceito de palavra e a relação refletido/voluntário e irrefletido/automático apresentados por Freud em seu texto sobre as Afasias. A análise dos dados mostra que ao final do acompanhamento o sujeito apresentava um desempenho melhor na leitura do que na escrita - que passou a ser mais produtiva quando silenciosa -, diferente do que ocorria no início do processo; e que a sua escrita ainda apresenta problemas de ortografia, acentuação, pontuação e traçado de letra, embora, quando questionado, saiba soletrar as palavras corretamente. Esse aparente retrocesso da escrita de RM pode ser explicada por duas razões: (a) automatização não convencional da grafia de algumas palavras, em especial aquelas que usam as letras “b” e “d”; (b) registro de fatos e acontecimentos que exigem maior complexidade sintática, o que desvia sua atenção de como escrever para o quê escrever.

https://doi.org/10.20396/cel.v58i2.8647158
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