Resumo
O artigo apresenta reflexões sobre o conceito da morte e seu valor como dispositivo que intervém na potência do bios cênico, evocando, assim, um corpo que transcende tempo e espaço.
O trabalho dialoga com o pensamento filosófico sobre ideias como corpo cênico, vida, morte no teatro. Depois, articula este pensamento com a experiência do autor do texto no grupo Bridge of Winds e com a sua vivência na Universidade de Ghent, na Bélgica.
Ali, em colaboração com a pesquisadora Adriana La Selva, o uso da tecnologia ofereceu possibilidades de registro de exercícios, expansão do conceito de presença, incluindo a criação de avatares. No limite, a experimentação levantou questões sobre o que significa existir neste limiar entre o real e o virtual.
Desta maneira, o autor pretende discutir sobre a morte no campo das artes, onde o corpo é constantemente moldado por tecnologias e sistemas que transmutam a essência do corpo vivo em estado criativo.
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