Banner Portal
Estrutura produtiva, restrição externa e crescimento econômico: a experiência brasileira
PDF

Palavras-chave

Estrutura produtiva. Restrição externa. Crescimento econômico

Como Citar

CARVALHO, Veridiana Ramos da Silva; LIMA, Gilberto Tadeu. Estrutura produtiva, restrição externa e crescimento econômico: a experiência brasileira. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 18, n. 1, p. 31–60, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8642767. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Analisa-se a perda de dinamismo do crescimento econômico brasileiro a partir da década de 1980, utilizando a abordagem keynesiana de crescimento sob restrição externa. Resultados empíricos revelaram que a taxa de crescimento no período 1930-2004 foi a compatível com o equilíbrio externo e que o câmbio real e o fluxo de capitais tiveram um papel reduzido na obtenção desse equilíbrio. Mas a perda de dinamismo do crescimento, a partir da década de 1980, pode ser explicada por uma maior perversidade desse equilíbrio, dado o comportamento do fluxo de capitais e do câmbio real. Nos anos 1990, por sua vez, a estratégia de desenvolvimento provocou uma quebra estrutural na elasticidade-renda das importações, fazendo com que o equilíbrio externo resultasse em uma taxa de crescimento mais baixa.

Abstract

Productive structure, external constraint and economic growth: the Brazilian experience mic growth: the Brazilian experience We analyze the sharp drop in the growth rate that has been experienced by the Brazilian economy since the 1980s, using the balance-of-payments-constrained growth approach. Empirical results show that growth in the 1930-2004 period was balance-of-paymentsconstrained, with terms of trade and capital flows playing quite a minor role in the reaching of external equilibrium. The sharp drop in growth that has experienced since the 1980s, however, can be explained by a tighter external constraint, given the behavior of the terms of trade and capital flows. In the 1990s, on the other hand, a new development strategy made for a structural break in the income elasticity of imports, thus leading to a lower growth rate compatible with balance-of-payments equilibrium.

Key words: Productive structure. External constraint. Economic growth.

PDF

Referências

AGHION, P.; HOWITT, P. Endogenous growth theory. Cambridge: The MIT Press, 1998.

ARAUJO, R. A.; LIMA, G. T. A structural economic dynamics approach to balanceof-payments-constrained growth. Cambridge Journal of Economics, v. 31, n. 5, p. 755-774, 2007.

AZEVEDO, A. F. Z.; PORTUGAL, M. S. Abertura comercial brasileira e instabilidade da demanda de importações. Nova Economia, v. 8, n. 1, p. 37-63, jul. 1998.

BACHA, E. L.; BONELLI, R. Crescimento e produtividade no Brasil: o que nos diz o registro de Longo Prazo. Texto para Discussão, Maio 2001.

BAER, W. Import substitution and industrialization in Latin America: experiences and interpretations. Latin American Research Review, v. II, n. 1, p. 95-122, 1972.

BAIRAM, E. Levels of economic development and appropriate specification of the Harrod foreing-trade multipler, Journal of Post Keynesian Economics, v. 19, n. 3, p. 337-344, 1997.

BARBOSA-FILHO, N. The balance-of-payments constraint: from balanced trade to sustainable debt. Banca Nazionale del Lavoro Quarterly Review, n. 219, Dec. 2001.

BÉRTOLA, L.; HIGACHI, H.; PORCILE, G. Balance-of-payments-constrained growth in Brazil: a test of Thirlwall’s Law, 1890-1973. Journal of Post Keynesian Economics, v. 25, n. 11, 2002.

BIELSCHOWSKY, R. Cinqüenta anos de pensamento da CEPAL: uma resenha. In: ________. (Org.). Cinqüenta anos de pensamento da CEPAL. Editora Record, 2000.

BLECKER, R. Structural roots of U.S. trade problems: income elasticities, secular trends, and hysteresis. Journal of Post Keynesian Economics, v. 14, n. 3, Spring, p.321-346, 1992.

BRESSER-PEREIRA, L. C.; GALA, P. Por que a poupança externa não promove crescimento. Revista de Economia Política, v. 27, n. 1, p. 3-19, 2007.

________; NAKANO, Y. Crescimento econômico com poupança externa? Revista de Economia Política, v. 22, n. 2, p. 3-27, 2003.

CARVALHO, V. R. A restrição externa e a perda de dinamismo da economia brasileira: investigando as relações entre estrutura produtiva e crescimento econômico. Dissertação (Mestrado)–IPE-FEA-USP, São Paulo, 2006.

CASTRO, A. S.; CAVALCANTI, M. A. F. Estimação de equações de exportação e importação para o Brasil – 1955/95. Pesquisa e Planejamento Econômico, v. 28, n. 1, p. 1-68, 1998.

ELLIOT, D.; RHODD, R. Explaining growth rate differences in highly indebted countries: an extension to Thirlwall and Hussain. Applied Economics, 31, 1999.

FACHADA, M. S. J. F. Um estudo econométrico da balança comercial brasileira: 1975-1988. Dissertação (Mestrado)– PUC, Rio de Janeiro, 1990.

FAGERBERG, J. International competitiveness. The Economic Journal, v. 98, p. 355-374, 1988.

FERREIRA, A. A lei de crescimento de Thirlwall. Dissertação (Mestrado)–Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, Unicamp, 2001.

FERREIRA, A. H. B. Testes de estabilidade para a função demanda de importações. Revista Brasileira de Economia, v. 48, n. 3, p. 355-370, 1994.

FRANCO, G. H. B. A inserção externa e o desenvolvimento. Revista de Economia Política, v. 18, n. 3, jul./set. 1998.

HARROD, R. International economics. Cambridge: Cambridge University Press, 1933.

HOLLAND, M.; VIEIRA, F.; CANUTO, O. Economic growth and the balance-ofpayments constraint in Latin America. Investigación Económica, v. LXIII, 247, 2004.

IPEA. A economia brasileira em perspectiva. Rio de Janeiro: Ipea, 1998. v. II.

JAYME JR., F. G. Balance-of-payments-constrained economic growth in Brazil.,Revista de Economia Política, v. 23, jan./mar. 2003.

KALDOR, N. The case for regional policies. Scottish Journal of Political Economy, Nov. 1970.

LIMA, G. T.; CARVALHO, V. R. Macrodinâmica do produto e da renda sob restrição externa: a experiência brasileira no período 1930-2004. São Paulo: Departamento de Economia da FEA-USP, 2006. Mimeografado.

LISBOA, M. (Org.). A agenda perdida: diagnósticos e propostas para a retomada do crescimento com maior justiça social. IFB, 2002.

LLERENA, P.; LORENTZ, A. Cumulative causation and evolutionary micro-founded technical change: on the determinants of growth differences. Revue Economique, v. 55, n. 6, p. 1191-1214, 2004.

LOPEZ, J.; CRUZ, A. Thirlwall’s Law and beyond: the Latin American experience.

Journal of Post Keynesian Economics, v. 22, n. 3, Spring, 2000.

McCOMBIE, J. Thirlwall’s Law and Balance of Payments constrained growth: a comment on the debate. Applied Economics, 21, 1989.

________. On the empirics of balance-of-payments-constrained growth. Journal of Po McCOMBIE, J.; ROBERTS, M. The role of balance of payments in economic growth. In: SETTERFIELD, Mark (Org.). The economics of demand-led growth: challenging the supply-side vision of the long run. Cheltenham, UK: Edward Elgar, 2002.

________; THIRLWALL, A. Economic growth and the balance of payments constraint. New York: St. Martin’s Press, 1994.

________. Economic growth and balance-of-payments constraint revisited. In: ARESTIS, P.; PALMA, G.; SAWYER, M. (Ed.). Markets, unemployment and economic policy. London: Routledge, 1997. v. 2.

________. Essays on balance of payments constrained growth – theory and evidence. London: Routledge, 2004.

MORAIS, I. A.; PORTUGAL, M. S. Structural change in the Brazilian demand for imports: a regime switching approach. Latin American Meetings of the Econometric Society, n. 346, 2004.

MOREIRA, M. M. A indústria brasileira nos anos 90. O que já se pode dizer? In: GIAMBIAGI, F.; MOREIRA, M. M. (Org.). A economia brasileira nos anos 90. Rio de Janeiro: BNDES, 1999.

________; CORREIA, P. G. Brazil’s trade liberalization and growth: has it failed? INTAL-ITD, 2004. (Occasional Paper, 24).

MORENO-BRID, J. C. On capital flows and the balance-of-payments constrained growth model. Journal of Post Keynesian Economics, v. 21, 1998-1999.

________. Capital flows, interest payments and the balance-of-payments constrained growth model: a theoretical and an empirical analysis. Metroeconomica, v. 54, n. 2, May 2003.

NAKABASHI, L. Crescimento da economia brasileira e fluxo de capitais a partir da Lei de Thirlwall: 1968-1980 e 1992-2000. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA POLÍTICA, 11, Vitória, 2006.

________. O modelo de Thirlwall com variações nas elasticidades. Economia e Sociedade, v. 16, n. 1, p. 93-110, 2007.

NELSON, R.; WINTER, S. An evolutionary theory of economic change. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1982.

PORTUGAL, M. S. Um modelo de correção de erros para a demanda por importações brasileira. Pesquisa e Planejamento Econômico, v. 22, n. 3, p. 501-540, 1992.

PREBISCH, R. The economic development of Latin America and its principal problems. New York: ECLA, 1950.

RESENDE, M. F. C. Disponibilidade cambial e especificação da função de demanda de importações para o Brasil. Rio de Janeiro: Ipea, 1997. (Texto para Discussão, n. 506).

________. Crescimento econômico, disponibilidade de divisas e importações no Brasil: um modelo de correção de erros. Pesquisa e Planejamento Econômico, Rio de Janeiro, v. 31, n. 2, p. 289-330, 2001.

________; ANDERSON, P. Mudanças estruturais na indústria brasileira de bens de capital. Rio de Janeiro: Ipea, 1999. (Texto para Discussão, n. 420). st Keynesian Economics, v. 19, n. 3, 1997.

RODRIGUEZ, O. Teoria do subdesenvolvimento da CEPAL. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1981.

SANTOS, A. T. L.; LIMA, G. T.; CARVALHO, V. R. A restrição externa como fator limitante do crescimento econômico brasileiro: um teste empírico. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 23, Natal, dez. 2005. Anais eletrônicos... Disponível em: .

SEERS, D. A model of comparative growth rates of the world economy. Economic Journal, Mar. 1962.

SETTERFIELD, M. ‘History versus equilibrium’ and the theory of economic growth, Cambridge Journal of Economics, v. 21, n. 3, p. 365-378, 1997.

SILVA, A. B. M.; PORTUGAL, M. S.; CECHIN, A. L. Redes neurais artificiais e análise de sensibilidade: uma aplicação à demanda de importações brasileiras, Economia Aplicada, v. 5, n. 4, 2001.

SOLOW, R. A contribution to the theory of economic growth. Quarterly Journal of Economics, 70, 1956.

TAVARES, M. C. Auge e declínio do processo de substituição de importações no Brasil. In: BIELSCHOWSKY, R. (Org.). Cinqüenta anos de pensamento da CEPAL. Editora Record, 2000.

THIRLWALL, A. The balance of payments constraint as an explanation of international growth rates differences. Banca Nazionale del Lavoro Quarterly Review, v. 128, 1979.

________. Foreign trade elasticities in centre-periphery models of growth and development. Banca Nazionale del Lavoro Quarterly Review, Sept. 1983.

________. Reflections on the concept of balance-of-payments-constrained growth.

Journal of Post Keynesian Economics, v. 19, n. 3, 1997.

________; HUSSAIN, M. The balance of payments constraint, capital flows and growth rates differences between developing countries. Oxford Economic Papers, v. 34, 1982.

VERSPAGEN, B. Evolutionary macroeconomics: a synthesis between neoSchumpeterian and post-Keynesian lines of thought. The Electronic Journal of Evolutionary Modeling and Economic Dynamics, n. 1007. 2002. Disponível em: .

VIEIRA, F. A.; HOLLAND, M. Crescimento econômico secular no Brasil, modelo de Thirlwall e termos de troca. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 23, Natal, dez. 2006. Anais eletrônicos... Disponível em: .

WILLIAMSON, J. What Washington mean by policy reform, in Conference Volume of The Progress of Policy Reform in Latin America. Washington, DC: Institute of International Economics, 1990.

ZINI JR., A. A. Funções de exportação e importação para o Brasil. Pesquisa e Planejamento Econômico, v. 18(3), p. 615-662, 1988.

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.