Banner Portal
Estado e financeirização no Brasil: interdependências macroeconômicas e limites estruturais ao desenvolvimento
PDF

Palavras-chave

Financeirização. Relação estado-economia. Acumulação de capital. Política econômica. Desenvolvimento socioeconômico.

Como Citar

BRUNO, Miguel; CAFFE, Ricardo. Estado e financeirização no Brasil: interdependências macroeconômicas e limites estruturais ao desenvolvimento. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 26, p. 1025–1062, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8652317. Acesso em: 27 set. 2024.

Resumo

A compreensão das relações Estado-economia é uma etapa necessária da análise das condições que bloqueiam o desenvolvimento brasileiro. O regime de crescimento econômico que emergiu das transformações estruturais da década de 1990, e subsiste até a atualidade, caracteriza-se por seu baixo dinamismo e instabilidades conjunturais recorrentes. Estudos recentes classificam-no entre os regimes dominados pelas finanças que, em função da situação externa e da política econômica vigente, ora assume um caráter finance-led growth regime, ora se expressa num padrão que se poderia denominar por finance-blocked growth. Entretanto, esses regimes só conseguem existir reproduzindo seus vínculos institucionais com o Estado, subordinando-o aos objetivos da revalorização financeira e rentista dos capitais. Em consequência, reduzem a autonomia da política econômica, restringem as condições políticas para a construção do Estado Social, além de esvaziarem a legitimidade das intervenções públicas para o desenvolvimento. Este artigo recorre aos conceitos de formas institucionais e de regime fisco-financeiro para análise dessa problemática.

PDF

Referências

AFONSO, Carlos, A.; SOUZA, Herbert de. Estado e desenvolvimento capitalista no Brasil: a crise fiscal. São Paulo: Paz e Terra, 1977.

AGLIETTA, Michel. Régulation et crises du capitalism. Paris: Éditions Odile Jacob/Opus, 1997.

BARBOSA-FILHO, N. H. Inflation targeting in Brazil. International Review of Applied Economics, v. 22, p. 187-200, 2008.

BILLAUDOT, Bernard. Régulation et croissance: une macroéconomie historique et institutionnelle. Paris: L’Harmattan, 2001.

BOHN, Henning. The behavior of US public debt and deficits. Quarterly Journal of Economics, v. 113, n. 3, p. 949-963, 1998.

BOYER, Robert. Économie politique des capitalisms: théorie de la régulation et des crises. Paris: La Découverte, 2015.

BOYER, Robert. Is a finance-led growth regime a viable alternative to Fordism? A preliminary analysis. Journal Economy and Society, v. 29, n. 1, 2000.

BOYER, Robert; SAILLARD, Yves. Théorie de la regulation: l’etat des savoirs. Paris: La Découverte, 2002.

BRAGA, José Carlos de Souza. Economia política da dinâmica capitalista (observações para uma proposta de organização teórica). Revista Estudos Econômicos, São Paulo, n. especial, v. 26, 1996.

BRESSER-PEREIRA, L. C. A construção política do Brasil: sociedade, economia e Estado desde a Independência. São Paulo: Editora 34, 2014.

BRESSER-PEREIRA, L. C. Desenvolvimento e crise no Brasil: história, economia e política de Getúlio Vargas a Lula. São Paulo: Editora 34, 2003.

BRUNO, Miguel; CAFFE, Ricardo. Indicadores macroeconômicos de financeirização: metodologia de construção e aplicação ao caso do Brasil. In: POPULAÇÃO, espaço e sustentabilidade: contribuições para o desenvolvimento do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2015.

BRUNO, Miguel. Régulation et croissance économique au Brésl après la libéralisation: un régime d’accumulation bloqué par lafinance. 3/4 | 2e semestre/Autumn: Normes et institutions de lafinance. Révue de la Régulation, 2008.

CASTRO, Antonio Barros de; SOUZA, Francisco Eduardo Pires de. A economia brasileira em marcha forçada. 3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

DELORME, Robert; ANDRÉ, Christine. L'état et l'économie. Paris: Seuil, 1983.

DUMÉNIL, G.; LÉVY, Dominique. A crise do neoliberalismo. São Paulo: Boitempo, 2014.

EPSTEIN, Gerald; YELDAN, Eric. Inflation targeting, employment creation and economic development: assessing the impacts and policy alternatives. International Review of Applied Economics, v. 22, n. 2, p. 131-144, 2008.

FATTORELLI, Maria Lucia. Auditoria cidadã da dívida pública: experiências e métodos. Brasília: Inove, 2013.

HAGGARD, Stephan; SIMMONS, Beth A. Theories of international regimes. International Organization, v. 41, n. 3, p. 491-517, 1987.

HEIN, Eckhard. A (Post-) Keynesian perspective on “financialisation”. Germany, IMK Study, 2009.

KAPLAN, Ethan; RODRIK, Dani. Did the Malaysian capital controls work? Cambridge, MA: National Bureau of Economic Research, 2001.

KRASNER, Stephen D. Structural causes and regime consequences: regimes as intervening variables. International organization, v. 36, n. 2, p. 185-205, 1982.

LAVINAS, Lena. How social developmentalism reframed social policy in Brazil. New Political Economy, Mar. 2017.

LUPORINI, Viviane. Sustentabilidade fiscal no Brasil: a evolução corretiva da resposta fiscal. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 45, n. 2, p. 437-458, 2015.

LUPORINI, Viviane; LICHA, A. Espacio fiscal para el crecimiento en Brasil. Espacio fiscal para el crecimiento el Mercosur. Zonalibro, Uruguay: RedMercosur de Investigaciones Económicas, 2009.

MCKINNON, Ronald I. Money and capital in economic development. Brookings Institution Press, 2010.

MENDONÇA, Mário Jorge Cardoso de; SANTOS, Cláudio Hamilton Matos dos; SACHSIDA, Adolfo. Revisitando a função de reação fiscal no Brasil pós-Real: uma abordagem de mudanças de regime. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 39, n. 4, p. 873-894, 2009.

MODENESI, André de Melo. Regimes monetários: teoria e a experiência do real. Barueri, SP: Editora Manole Ltda., 2005.

OLIVEIRA, Francisco. A economia brasileira: crítica à razão dualista. São Paulo: Brasiliense, 1977. p. 10-11. (Seleções Cebrap. n. 1)

PALLEY, Thomas I. From financial crisis to stagnation: the destruction of shared prosperity and the role of economics. Cambridge University Press, 2012.

REINHART, Carmen M.; ROGOFF, Kenneth S. Is the 2007 US sub-prime financial crisis so different? An international historical comparison. Cambridge, MA: National Bureau of Economic Research, 2008.

SIMONASSI, A. Reação fiscal sob mudanças estruturais e a solvência da economia brasileira. 2013. Mimeo.

STANDING, Guy. O precariado e a luta de classes. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 103, p. 924, Maio 2014.

STOCKHAMMER, Engelbert. Financialisation and the slowdown of accumulation. Cambridge Journal of Economics, v. 28, n. 5, p. 719-741, 2004.

THÉRET, B. Pourquoi on ne peut sortir de la crise actuelle du capitalisme et de la democratie qu’en sortant de la globalisation financiere : un argumentaire. Teoria Politica, Nuova serie / Annali IV, p. 135-165, 2014.

THÉRET, B. Estado, economia pública e regulação. Brasília: Universa Editora, UnB, 1998.

THÉRET, B. Régulation du déficit budgétaire et croissance des dépenses de l'État en France de 1815 à 1939: une modélisation économétrique simple des régimes fisco-financiers libéraux. Revue Économique, p. 57-90, 1995.

WANG, Yingyao. The rise of the ‘shareholding state’: financialization of economic management in China. Socio-Economic Review, v. 13, n. 3, p. 603-625, 2015.

O periódico Economia e Sociedade disponibiliza todos os conteúdos em acesso aberto, através da plataforma SciELO, e usa uma licença aberta para preservar a integridade dos direitos autorais dos artigos em ambiente de acesso aberto.

O periódico adotou até Abril/2015 a licença Creative Commons do tipo BY-NC. A partir de Maio/2015 a licença em uso é do tipo Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), disponível no seguinte link: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt

Autores são integralmente responsáveis pelo conteúdo e informações apresentadas em seus manuscritos.

O periódico Economia e Sociedade encoraja os Autores a autoarquivar seus manuscritos aceitos, publicando-os em blogs pessoais, repositórios institucionais e mídias sociais acadêmicas, bem como postando-os em suas mídias sociais pessoais, desde que seja incluída a citação completa à versão do website da revista.

Downloads

Não há dados estatísticos.