Resumo
Analisamos os Anais dos Congressos Agrícolas realizados em 1878: em julho no Rio de Janeiro e em outubro no Recife. Comparamos os distintos processos de convocação desses eventos. Depois, voltamos nossa atenção às discussões sobre a carência ou não de capitais disponíveis à grande lavoura, bem como acerca das sugestões no sentido de estimular a oferta de crédito aos lavradores. Por fim, retomamos a perspectiva comparativa, evidenciando semelhanças e diferenças de posicionamento entre os fazendeiros “do Sul” e “do Norte”, a exemplo da participação do Estado no atendimento às necessidades da lavoura. Entendida pela maioria como imprescindível, tal participação traduzia-se, quando mediada pelo ressentimento “do Norte”, no devido pagamento de uma dívida histórica; na visão “do Sul”, por seu turno, construída a partir do protagonismo cafeeiro, a lavoura seria “o doente à consulta do médico”, e o Governo “o médico que deve diagnosticar a moléstia e receitar o remédio”.
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