TY - JOUR AU - Coutinho, Luciano G. AU - Belluzzo, Luiz Gonzaga de Mello PY - 2016/02/02 Y2 - 2024/03/29 TI - Desenvolvimento e estabilização sob finanças globalizadas JF - Economia e Sociedade JA - Econ. Soc. VL - 5 IS - 2 SE - Artigos DO - UR - https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8643183 SP - 129-154 AB - <p>As transformações nos mercados financeiros ocorridas nas últimas duas décadas estão submetendo as políticas macroeconômicas nacionais à tirania de expectativas volúveis. Países fortemente deficitários em conta corrente, dependentes do ingresso de capitais, tornam-se vulneráveis. Os superavitários e credores têm mais liberdade para praticar expansionismo fiscal e juros baixos, sem atrair a desconfiança dos especuladores. O objetivo do presente texto é de demonstrar que nem o desenvolvimento nem a estabilização estão automaticamente assegurados pela globalização. Esta, ao contrário, tende a submeter as economias em desenvolvimento – particularmente as deficitárias como as da América Latina – a novas armadilhas que poderão custar longos anos de sacrifício. Essa é a lição que nos oferece a decantada globalização: os países que buscaram preservar um espaço autônomo para as suas política macroeconômicas são capazes de sustentar taxas reais de juros baixas, administrar taxas de câmbio estimulantes, promover o avanço industrial e tecnológico, garantindo o robustecimento de seus grupos nacionais privados. A globalização, ao contrário do que predica o paradigma liberal, exige maior capacitação e maior poder de coordenação dos estados nacionais para engendrar condições favoráveis à competitividade, ao financiamento e à sustentabilidade dos processos de acumulação de capital com inovação tecnológica.</p><p><strong>Abstract</strong></p><p>The major transformations in financial markets over the last two decades are submitting national macroeconomic policies to the tyranny of fickle expectations. Countries which incur large current account deficits became vulnerable to reversals of capital inflows. Surplus and creditor countries enjoy greater freedom to practice fiscal expansionism and low interest rates without arousing the suspicion of speculators. The objective of this article is to point out that neither development more stabilization are automatically assured by stabilization. On the contrary, globalization may submit vulnerable economies – particularly the ones of Latin America – to new traps. This is the lesson to be learned from the much-vaunted globalization process: countries that have striven hard to preserve a degree of autonomy in which to conduct macroeconomic policy are capable of sustaining low real interest rates, managing attractive exchange rates, promoting industrial and technological progress, and thereby guaranteeing the fortification of local private enterprise. Contrary to the preaching of the liberal paradigm, globalization would require of nation-states greater capability and powers of coordination to engender conditions under which capital accumulation with technological innovation can be financed, sustained and made competitive.</p><p><strong>Key-words:</strong> Globalization. Macroeconomic policy. Economic development. National autonomy</p> ER -