Banner Portal
A inflação e os Planos Cruzado e Real: uma interpretação institucionalista
PDF

Palavras-chave

Institucionalismo de veblen. Teoria da regulação. Inflação. Plano cruzado. Plano real.

Como Citar

LOPES, Herton Castiglioni; CONCEIÇÃO, Octavio Augusto Camargo. A inflação e os Planos Cruzado e Real: uma interpretação institucionalista. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 25, n. 1, p. 147–172, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8647320. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

O trabalho objetiva apresentar uma interpretação institucionalista da inflação e do resultado dos Planos Cruzado e Real a partir da teoria da regulação e do antigo institucionalismo de Veblen. Com a teoria da regulação observa-se a contribuição das formas institucionais de estrutura para persistência e fim da inflação no Brasil. Do ponto de vista do institucionalismo de Veblen demonstra-se que as formas institucionais contribuíram para consolidar o que se denominou de hábito inflacionário, presente no Brasil ao longo de sua história e que ganhou maior relevância na década de 1980, inviabilizando o Plano Cruzado. Por outro lado, com a nova configuração macroeconômica e o Plano Real finalmente aconteceu a supressão do hábito de reajustar preços, o que proporcionou a estabilidade monetária.
PDF

Referências

ABRANCHES, S. A sociologia política da inflação. In: VIEIRA, José R. et al. (Org.). Na corda bamba: doze estudos sobre a cultura da inflação. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1993. p. 63-94.

AGLIETTA, M. Régulation et crises du capitalisme: l’expérience des États-Unis. Paris: Calmann-Lévy, 1976.

AGLIETTA, M.; ORLÉANS, A. A violência da moeda. São Paulo: Editora Brasiliense, 1990.

ARIDA, P.; LARA-RESENDE, A. Inflação inercial e reforma monetária. In: ARIDA, P. (Org.). Inflação zero: Brasil, Argentina, Israel. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Sistema gerenciador de séries temporais. Brasília, 2011. Disponível em: https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries. Acesso em: 17 ago. 2011.

BELLUZZO, L. G.; ALMEIDA, J. G. Depois da queda: a economia brasileira da crise da dívida aos impasses do Real. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

BIER, A. G.; PAULANI, L.; MESSENBERG, R. O heterodoxo e o pós-moderno: o cruzado em conflito. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1987.

BOYER. R. A teoria da regulação: uma análise crítica. São Paulo: Nobel, 1990.

BRESSER-PEREIRA, L. C. As contradições da inflação brasileira. In: BRESSER-PEREIRA, L. C; NAKANO, Y. Inflação e recessão. São Paulo: Brasiliense: 1980. p. 119-145.

BRUNO, M. A. P. Crescimento econômico, mudanças estruturais e distribuição as transformações do regime de acumulação no Brasil: uma análise regulacionista. 2004. 711f. Tese (Doutorado em Economia)–Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.

CASTRO, L. B. Esperança, frustração e aprendizado: a história da nova república (1985-1989). In: GIAMBIAGI, F.; VILLELA, A. (Org.). Economia brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005a. p. 116-140.

CASTRO, L. B. Privatização, abertura e desindexação: a primeira metade dos anos 90. In: GIAMBIAGI, F.; VILLELA, A. (Org.). Economia brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005b. p. 142-165.

CONCEIÇÃO, O. A. C. Crise e regulação: a metamorfose restauradora da reprodução capitalista. Ensaios FEE, Porto Alegre, v. 8, n. 1, p. 155-l74, 1987.

CONCEIÇÃO, O. A. C. Desvalorização do Real: a agonia de uma estabilização inacabada. Indicadores FEE, Porto Alegre, v. 27, n. 1, p. 90-107, 1999.

FRANCO, G. H. B. O Plano Real e a URV: fundamentos da reforma monetária brasileira de 1993-94. In: FRANCO, G. O Plano Real e outros ensaios. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995. p. 27-78.

GREMAUD, A. P.; VASCONCELLOS, M. A.; TONETO JÚNIOR, R. Economia brasileira contemporânea. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

HODGSON, G. M. Thorstein Veblen and post-Darwinian economics. Cambridge Journal of Economics, Oxford, v. 6, n. 3, p. 285-351, 1992.

HODGSON, G. M. The hidden persuaders: institutions and individuals in economic theory. Cambridge Journal of Economics, Oxford, v. 27, n. 2, p. 159-75, Mar. 2002.

HODGSON, G. M. Downward causation – some second thoughts. Watford (UK), 2011. Disponível em: http://www.geoffrey-hodgson.info/downward-causation.htm. Acesso em: 26 ago. 2011.

HODGSON, G. M. Economia e evolução: o regresso da vida à teoria econômica. Oeiras: Celta, 1997.

HODGSON, G. M. Choice, habit and evolution. Journal of Evolutionary Economics, v. 20, n. 1, p. 1-18, Jan. 2010,

HODGSON, G. M. Institucional economics: surveying the “old” and the “new”. Metroeconomica, Oxford [s. l.], v. 44, n. 1, p. 1-28, 1993.

HODGSON, G. M. Institutions and individuals: interaction and evolution. Organization Studies, Thousand Oaks (USA), v. 28, n. 1, p. 95-116, 2007.

HOLLARD, M. Forms of competition. In: BOYER, R; SAILLARD, Y. Regulation Theory: The state of the art. Paris : La Découverte & Syros, 2002.

KREIN, J. D. As mudanças institucionais e as relações de trabalho no Brasil após o Plano Real. Campinas, 2001. Disponível em: http://www.emprego.sp.gov.br/downloads/.../mudancas_institucionais.doc. Acesso em: 7 nov. 2010.

MARKWALD, R. A. O impacto da abertura comercial sobre a indústria brasileira: balanço de uma década. Revista Brasileira de Comercio Exterior, Rio de Janeiro, n. 68, p. 1-28, 2001. Disponível em: http://www.funcex.com.br/material/rbce/68-Integra%C3%A7ao-RM.pdf. Acesso em: 26 out. 2010.

MODENESI, A. M. Regimes monetários: teoria e a experiência do Real. Barueri (SP): Manole, 2005.

MONASTÉRIO. L. M. A economia institucional-evolucionária de Thorstein Veblen. 1995. 173f. Dissertação (Mestrado em Economia)–Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1995.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estatísticas do século XX. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/29092003estatisticasecxxhtml.shtm. Acesso em: 10 ago. 2010.

POCHMANN, M. Efeitos da internacionalização do capital no mundo do trabalho no Brasil. In: GARZA TOLEDO, E.; SALAS, C. (Org.). NAFTA y Mercosur: procesos de apertura económica y trabajo. Buenos Aires: CLACSO, 2003. p. 185-214. Disponível em: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/nafta/pochmann.pdf. Acesso em: 4 jul. 2007.

RANGEL, I. A inflação brasileira. 3. ed. São Paulo: Brasiliense: 1978.

REGO, J. M.; MARQUES, R. M. (Org.). Economia brasileira. São Paulo: Saraiva, 2005.

RUTHERFORD, M. Veblen’s evolucionary programme: a promise unfulfilled. Cambridge Journal of Economics, Oxford, v. 22, n. 4, p. 463-477, 1998.

SHAFIR, E; DIAMOND, P. A.; TVERSKY, A. Money illusion. Quarterly Journal of Economics, Cambridge (USA), v. 112, p. 341-374, 1997.

SICSÚ, J. A economia monetária e regional da alta inflação: um estudo sobre o acesso à moeda indexada no Sul, Sudeste e Nordeste. Revista Nova Economia, Belo Horizonte, v. 13, n. 1, p. 143-164, jan./jun. 2003.

SOUZA, N. A. Economia brasileira contemporânea: de Getúlio a Lula. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

YANO, N. M.; MONTEIRO, S. M. M. Mudanças institucionais na década de 1990 e seus efeitos sobre a produtividade total de fatores. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 36, 2008, Salvador. Anais... Disponível em: http://www.anpec.org.br/encontro2008/artigos/200807211610100-.pdf. Acesso em: 10 jan. 2010.

VEBLEN, T. A teoria da classe ociosa: um estudo econômico das instituições. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

VEBLEN, T. The place of science in modern civilization and other essays. New York: Huebsch, 1919.

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.