Resumo
O texto apresenta um breve histórico sobre o conceito de infância, tendo como referência pensadores como Ariès que caracteriza o infante como “não–falante”, não existente. Destaca as transformações influenciadas pelos iluministas, em especial por Rousseau iniciando um processo de direito à fala, à palavra; e o infans para Lacan ocupando um lugar marcado pelo desejo materno, alienando-se na imagem de um Outro. Busca a relação entre psicanálise e educação, a necessidade do professor rever seus conceitos e postura ética para se utilizar dos conhecimentos psicanalíticos em sua prática educativa, num encontro com as diferenças, sendo o conhecimento o objeto de desejo que circula entre professor e aluno e a subjetividade dessa relação entre professor-aluno-conhecimento. Traz a discussão sob a perspectiva do sujeito “que não aprende”, que é “des” qualquer coisa, “des-interessado, des-motivado” e no endereçamento ao professor que é um suposto-saber. Defende uma educação que pensa em “sujeitos” e não em “massas uniformizadas” dentro de uma sala de aula, que respeite a singularidade de cada aluno, apesar do constrangimento e insegurança gerados pelo convívio com as diferenças. Reflete sobre a escola enquanto instituição normativa e a importância da construção do trabalho em grupo.
Referências
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