Resumo
O ano de 2020 foi emblemático devido ao surgimento e disseminação da pandemia COVID-19 em nível mundial. A crise sanitária instalada a partir deste período trouxe profundas mudanças em nossas sociedades, com reverberações também no setor educativo. Este artigo problematiza a experiência do Projeto Paranoá Itapõa de alfabetização de jovens e adultos realizada por meio da parceria entre o Centro de Cultura e Desenvolvimento do Paranoà (CEDEP) e a Faculdade de Educação da Universidade de Brasília no Distrito Federal - Brasil, a fim de identificar os desafios vivenciados por educandos(as) para levarem adiante a luta pelo direito à aprendizagem e à vida, em um contexto de ensino remoto e isolamento social. Para tanto, o texto dialoga com as contribuições de Paulo Freire, Santos (2020), com a teoria crítica formulada por Walter Benjamim e com autores da área de EJA. O estudo de natureza qualitativa contempla análise de entrevistas e questionário realizada com alfabetizandos da educação popular. O artigo aponta desafios enfrentados por estes sujeitos e indica a educação popular como lócus de resistência, evidenciando a importância de ações educativas que ensejem o acolhimento, a escuta sensível e atenta sobre as realidades vivenciadas, propiciando a superação de situações-limites e a criação de inéditos viáveis em tempos incertos.
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