Resumo
O artigo apresenta a compreensão da escola pública primária nos recortes de Primitivo Moacyr (1869-1942) no período da Primeira República. As fontes principais são os livros partir das publicações “A instrução e a República” (7 volumes), “O Ensino Público no Congresso Nacional – Breve Notícia” (1916) e os “A instrução pública no Estado de São Paulo.” O estudo ampara-se no princípio da proposta conservadora (MONARCHA, 1989) que marcou o discurso e prática de modernização dos “homens cultos.” Moacyr, ao coligir as fontes, retomou questões e fatos que indicam a existência de posturas e ideários próprios. A contemporaneidade e adesão à causa republicana não se apresenta em Primitivo Moacyr solidária à negação do passado e sua responsabilização pela situação do presente, conforme fora comum nos intelectuais e políticos republicanos de seu tempo. De outro lado, a centralidade da instrução como mecanismo de construção do reordenamento do Brasil o insere na perspectiva positivista. É o que o autor encontrará no texto organizado em quatro tópicos: Considerações gerais para a leitura de Primitivo Moacyr; Conjeturas sobre o lugar da instrução na condição republicana brasileira; O referencial de instrução republicana – observações de Primitivo Moacyr; A participação da República no fomento da instrução pública primária.
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