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Trajetórias de mulheres “das canetas”: um olhar sobre a educação em Alagoinhas (BA) na segunda metade do século 20
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Palavras-chave

Memória. Gênero. História da Educação. História Oral

Como Citar

LINS, Leonice de Lima Mançur. Trajetórias de mulheres “das canetas”: um olhar sobre a educação em Alagoinhas (BA) na segunda metade do século 20. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 13, n. 54, p. 308–308, 2014. DOI: 10.20396/rho.v13i54.8640186. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8640186. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Esta tese é uma análise histórica e de gênero, centrada no objetivo de reconstituir e analisar parte da História da Educação na cidade de Alagoinhas (BA), tendo como corpus de estudo as trajetórias de cinco mulheres-professoras - Iraci Gama Santa Luzia, Jurilda Santana de Moura, Maria da Glória Rocha, Ires Maia Muller e Valmira Maria de Melo Vieira. Todas formadas em Magistério, curso voltado ao ensino primário, na década de 60 do século 20, no Colégio Santíssimo Sacramento - CSSS e que participaram de momentos significativos referentes à educação escolar no município. Ao desenhar as trajetórias dessas mulheres “das canetas”, se objetivou compreender o contexto sócio histórico no qual as professoras viveram e atuaram no campo de possibilidades onde se encontravam inseridas; buscar os significados do ser mulher naquela sociedade; e descortinar os lugares de formação, os fazeres e contatos iniciais com a realidade educacional alagoinhense. Buscou-se, ainda ao relacionar as experiências individuais ao cenário educativo, entender os elementos reveladores das relações de gênero na sociedade de então. Na procura de subsídios para pensar a relação homem e mulher, se adotou a categoria gênero como foco central na pesquisa a fim de perceber como homens e mulheres travavam disputas dentro da sociedade e quais os mecanismos utilizados pelas mulheres “das canetas” na conquista por um lugar de destaque no cenário educacional tornando-se, ao mesmo tempo, uma “força invisível”. Isto é, foi feita a análise de como tradicionalmente as mulheres são relegadas ao silêncio e à invisibilidade no fazer histórico, mesmo quando têm uma atuação de destaque no cenário público. O estudo está fundamentado em uma abordagem essencialmente qualitativa, assentada nos princípios teórico-metodológicos da pesquisa histórica, conforme proposta da Nova História. (Burke, 1992). Na tentativa de reconstituir as trajetórias das mulheres-professoras, ‘mergulhamos’ nos rastros favoráveis a esse fim: depoimentos orais; registros pessoais; publicações na imprensa e em veículos oficiais, que deram contorno à narrativa histórica ora apresentada. Os depoimentos, coletados sob a égide da História Oral, ofereceram “vida” a essa proposta, permitindo desvelar aspectos significativos dos percursos educacionais no município baiano supracitado. Para além do “excepcional” pinçado nas experiências individuais, causava inquietação o “oceano de silêncio” no qual estavam submersas as mulheres “das canetas”. As mulheres não são mudas, como aponta Perrot (2005), contudo a História as silenciou, obrigando-as a figurar apenas no cenário privado. A análise das narrativas resultou na percepção de que as nossas professoras, ao adentrarem a cena pública, deixaram indícios da multiplicidade de ‘vozes e traçados’, delineados no horizonte educacional da cidade de Alagoinhas.

https://doi.org/10.20396/rho.v13i54.8640186
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