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A universidade popular na Parahyba do Norte: reflexões sobre o direito das mulheres
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Palavras-chave

O direito das mulheres. Mulheres intelectuais. Educação das mulheres.

Como Citar

GALVÍNCIO, Amanda Sousa; ESPINDOLA, Maíra Lewtchuk; COSTA, Jean Carlo de Carvalho. A universidade popular na Parahyba do Norte: reflexões sobre o direito das mulheres. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 18, n. 1, p. 43–69, 2018. DOI: 10.20396/rho.v18i1.8651670. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8651670. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

As mulheres, na virada do século XIX para século XX, começaram a protagonizar o debate público brasileiro. Nísia Floresta traduziu e publicou “O Direito das Mulheres e injustiça dos Homens”, em 1832, o escrito da inglesa, Mary Wollstonecraft, originalmente intitulado de “Vindication Of The Rights Of Woman”, em 1792. Na Parahyba do Norte, em 1913, Catharina Moura, em conferência pública na Universidade Popular, proclamou discurso com igual título, retomando as teses defendidas pelas suas antecessoras. O objetivo desse trabalho é compreender o projeto educacional proposto pelas mulheres intelectuais que participaram do debate público, particularmente, o da Catharina Moura. As fontes utilizadas são os jornais e revistas do período que foram suporte da escrita dessas mulheres, mais especificamente, o jornal parahybano, A União. Como referencial teórico-metodológico foi utilizado a História dos Intelectuais que auxilia a compreender a trajetória, a geração e as redes de sociabilidades que atravessaram a vida dessas mulheres, bem como a participação delas e as ideias que propagavam no debate público do período. Nesse sentido, é possível concluir que as mulheres atuaram como intelectuais se posicionando em favor da emancipação feminina pela via da educação escolar e cultural. Catharina Moura fez parte da tradição de mulheres escritoras e engajadas do período, defendendo a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres nas mais diversas profissões e também destacando a legitimidade do voto feminino.

https://doi.org/10.20396/rho.v18i1.8651670
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