Resumo
O presente artigo pretende explicar como Meinecke e Cassirer entendem o maquiavelismo de Hegel enquanto a ‘legitimação de um bastardo’, estabelecendo um forte ponto de concordância no plano histórico-interpretativo ao reconhecerem um mesmo processo histórico, que se inicia com Maquiavel, passa pela teoria do Direito Natural dos séculos XVII e XVIII, e finaliza com Hegel. Para tanto, recorre-se a uma reconstrução e comparação de momentos relevantes de O mito do Estado (1946), de Cassirer, e de A ideia de Razão de Estado na história moderna (1924), de Meinecke. Por fim, busca-se explicitar que, apesar de haver concordância quanto ao plano histórico-interpretativo do maquiavelismo de Hegel entre Meinecke e Cassirer, a valoração ético-política dada por estes intérpretes a este processo histórico é distinta em se considerando a crítica de Cassirer à Lebensphilosophie quanto ao seu potencial de resistência ao fascismo.
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Copyright (c) 2021 Otávio Vasconcelos Vieira