Abstract
O não-conceitualismo estrito kantiano toma Kant como um filósofo que defende que nossa forma básica de percepção de objetos, ou intuição empírica, independe de qualquer atualização de capacidades conceituais. Hanna e Allais, em particular, alegam que a intuição pura do espaço, tal como descrita na Estética Transcendental, fornece uma estrutura egocêntrica de consciência perceptual que não requer qualquer espécie de síntese governada por conceitos. A fim de avaliar criticamente sua posição evitando as flutuações no uso de ‘percepção’ (Wahrnehmung) por Kant, introduzo a noção de percepção objetiva: atenção através dos sentidos a objetos como tais, sem o reconhecimento destes sob conceitos empíricos. Tento indicar que, de um ponto de vista kantiano, nossa representação original do espaço é de fato orientada egocentricamente; isso, a par de outras considerações razoáveis, implica que há percepção objetiva; essa estrutura egocêntrica pressupõe a apercepção, por conseguinte uma síntese de acordo com as categorias.
Desde 2022, todo o conteúdo publicado pela Kant e-Prints está sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0).