Kant e as ambiguidades da religião nos limites da simples razão
PDF

Palavras-chave

Kant
Religião
Cristianismo
Dogmática
Mal radical

Como Citar

Grupillo, A. (2023). Kant e as ambiguidades da religião nos limites da simples razão. Kant E-Prints, 18(00), 7–26. https://doi.org/10.20396/kant.v18i00.8673525

Resumo

Para muitos intérpretes, sobretudo os mais tradicionais, Kant se inscreve na tradição iluminista de uma “apreciação da religião natural”, a qual nega fazer qualquer apreciação, e ainda menos qualquer “depreciação”, do cristianismo (SF, 7: 08), pretendendo somente submeter a religião ao tribunal supremo da razão. Mas, para outros intérpretes, sobretudo mais recentes, embora Kant acredite que o núcleo moral racional da religião seja independente das religiões históricas e possa, eventualmente, estar presente em muitas delas, o cristianismo cumpre em suas reflexões uma função mais do que ilustrativa. Nossa hipótese, no presente artigo, é que isso caracteriza uma ambiguidade da tentativa de Kant de reduzir a religião à moralidade, e ela pode ser encontrada mais explicitamente nas suas dificuldades em fornecer uma prova formal do mal radical e da realidade objetiva de sua superação na figura do Cristo, portanto na primeira e na segunda parte do livro A religião nos limites da simples razão. Na terceira e na quarta parte, essa ambiguidade diminui, e Kant se torna mais enfaticamente crítico das religiões históricas.

https://doi.org/10.20396/kant.v18i00.8673525
PDF

Referências

Baillie, J. (1939). Our Knowledge of God. Oxford University Press; Humphrey Milford.

Bento XVI. (2007). Spe Salvi. Libreria Editrice Vaticana. Recuperado em 06 de março de 2017, de https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/encyclicals/documents/hf_ben-xvi_enc_20071130_spe-salvi.html

Cassirer, E. (1997). A ideia de tolerância e a fundação da ‘religião natural’. In E. Cassirer, A Filosofia do Iluminismo (pp. 220–245). Editora da Unicamp.

Cohen, H. (2004). La religión de la razón desde las fuentes del judaísmo. Anthopos.

Davidovich, A. (1993). Religion as a Province of Meaning: The Kantian Foundations of Modern Theology. Fortress Press.

Dorrien, G. (2012). Kantian Reason and Hegelian Spirit: The Idealistic Logic of Modern Theology. John Wiley & Son.

Firestone, C. L.; Jacobs, N. (2008). In Defense of Kant’s Religion. Bloomington & Indiana University Press.

Godlove, T. F. (2014). Kant and the Meaning of Religion: The Critical Philosophy & Modern Religious Thought. I.B. Tauris& Co.

Green, R. (1992). Kierkegaard and Kant: The Hidden Debt. State University of New York.

Hare, J. E. (1996). The Moral Gap: Kantian Ethics, Human Limits, and God’s Assistance. Oxford University Press.

Heck, J. N. (1999). O princípio do amor-próprio em Kant. Síntese, 26(85).

Kant, I. (1902-). Kant’s gesammelte Schriften. De Gruyter.

Kant, I. (1985). Resposta à pergunta: Que é “Esclarecimento”? (Aufklärung?). Tradução de Floriano S. Fernandes. In I. Kant, Immanuel Kant: Textos Seletos (2a ed., pp. 100–117). Vozes.

Kant, I. (2008). A religião nos limites da simples razão (A. Morão, Trad.). Edições 70.

Kant, I. (2017). O conflito das faculdades (A. Morão, Trad.). Edições 70.

Kroner, R. (1914). Kants Weltanschauung. Mohr.

James, W. (2017). As variedades da experiência religiosa: um estudo sobre a natureza humana (2a ed.). Cultrix.

Mccarthy, V. (1982). Christos as Chrestos in Rousseau and Kant. Kant-Studien, 73(2), 191–207.

Michalson, G. E. (1979). The Historical Dimensions of a Rational Faith: The Role of History in Kant’s Religious Thought. University Press of America.

Palmquist, S. R. (2000). Kant’s Critical Religion. Routledge.

Paul, L. (1869). Kant’s Lehre vom Idealen Christus: Ein Vergleich mit der Christologie der Kirche. Verlag von Carl Schröder & Comp. [printed by Forgotten Books, 2018].

Quinn, P. L. (1984). Original Sin, Radical Evil, and Moral Identity. Faith and Philosophy, 1(2).

Quinn, P. L. (1990). Saving Faith from Kant’s Remarkable Antinomy. Faith and Philosophy, 7(4).

Ranke-Heinemann, U. (1992). Nein und Amen. Mein Abschied vom traditionellen Christentum. Heyne.

Rossi, P. J., & Wreen, M. (1991). Kant’s Philosophy of Religion Reconsidered. Indiana University Press.

Santos, L. R. (2017, maio/ago.) Kant, sua interpretação moral do Cristianismo e raízes bíblico-cristãs da sua ética. Conjectura: Filos. Educ., 22(2).

Saturnino, A. F. (2017). O Problema da Fraqueza da Vontade na Filosofia Prática Kantiana. Analytica, 21(1), 123–141.

Schelling, F.W.J. (1979). Cartas filosóficas sobre o dogmatismo e o criticismo. Abril Cultural.

Spinelli, L. M. (2013, jan.– jun). A Religião nos limites da simples razão. Kant e-Prints. Série 2, 8(1), 127–151.

Wolterstorff, N. P. (1991). Conundrums in Kant’s Rational Religion. In P. J. Rossi & M. Wreen, Kant’s Philosophy of Religion Reconsidered (pp. 40–53). Indiana University Press.

Wolterstorff, N. P. (1998). Is it Possible and Desirable for Theologians to Recover from Kant? Modern Theology, 14(1), 1–18.

Wood, A. (2020). Kant and Religion. Cambridge University Press.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Arthur Grupillo

Downloads

Não há dados estatísticos.