Abstract
Kant foi o autor-chave no amadurecimento das questões e respostas da epistemologia que acompanharam os ideais filosóficos do iluminismo e o progresso metodológico da ciência. No presente artigo exploraremos a tese de que esse amadurecimento se deve a um traço constante nos seus escritos: o monitoramento das possibilidades da ciência pós-newtoniana de ocupar o vazio ontológico deixado pelo fim da metafísica. A obra de Kant permite avaliar as pretensões do cientificismo como a forma da candidatura da ciência moderna a saber normativo oficial e substituto da metafísica na construção do conhecimento a priori. Nesse artigo pretendemos acompanhar a situação do cientificismo contemporâneo, do positivismo-lógico ao naturalismo de Quine, e discutir se as esperanças de Kant para ela se confirmaram. Acrescentamos ao fim um diálogo com o pragmatismo para estabelecer com mais rigor os limites da universalidade que a ciência almeja e se prevenir contra a infiltração dos irracionalismos que se aproveitam principalmente da inconsciência desses limites.
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