Resumo
Alguns intérpretes da filosofia prática kantiana fazem menção à prudência considerando-a, sobretudo, dentro de um aspecto específico referido por Kant, a saber: a habilidade de exercer influência e fazer uso dos outros. Porém, há uma leitura negativa dessa concepção de prudência por parte de alguns desses estudiosos, a qual não confere o devido valor e importância a esta habilidade. O objetivo deste artigo é discutir o significado desta concepção de prudência e mostrar, a partir de uma interpretação baseada nos textos kantianos, como a prudência tem um papel relevante no trato entre sujeitos, mas também como este aspecto ocupa um lugar importante no ensino antropológico kantiano e dentro de sua pedagogia. Mostramos que a prudência não deve ser confundida com a habilidade de enganar os outros. Mas, pelo contrário, a prudência deve ser tomada como uma habilidade importante para as relações humanas e mesmo fundamental na educação moral.
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