Resumo
Nesse artigo, pretendo apresentar uma interpretação do argumento kantiano na ‘Primeira Analogia da Experiência’ que satisfaça dois requisitos básicos: (i) explicar como Kant poderia justificar as premissas do argumento; (ii) evitar qualquer princípio verificacionista entre as premissas. Por ‘princípio verificacionista’, entendo qualquer tese que afirme ou implique que o pensamento sobre um objeto depende da capacidade de verificar (i.e., da capacidade de determinar a verdade de) algum pensamento ou enunciado. Na primeira parte do texto, buscarei esclarecer os motivos para a satisfação dos dois requisitos. Tentarei mostrar que interpretações que recorrerem ao verificacionismo, ou bem não satisfazem o primeiro requisito, ou bem, se o satisfazem, são incapazes de demonstrar todos os resultados pretendidos na ‘Primeira Analogia’. Na segunda parte do artigo, apresento a interpretação não verificacionista. Nessa leitura alternativa, o argumento kantiano baseia-se marcadamente em considerações sobre a realidade do tempo, enquanto condição da existência dos objetos empíricos.
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