Resumo
Práticas de desmatamento acontecem com frequência no quotidiano, ameaçando a biodiversidade, contribuindo com as emissões de Dióxido de Carbono (CO2) e, consequentemente, com o aumento da temperatura terrestre. Como resultado, instauram-se discussões no meio acadêmico que visam contribuir para a resiliência das cidades às mudanças climáticas e à mitigação dos impactos ambientais. Recentemente, a lacuna da literatura sobre arquitetura, urbanismo, e mudanças climáticas vêm se preenchendo de pesquisas que abordam o tema de restauração de áreas ambientais degradadas como possível gatilho para práticas de desenvolvimento sustentável, uma vez que a recuperação dessas áreas pode garantir a prestação de serviços ecossistêmicos. Diante do exposto, o objetivo da presente pesquisa foi propor a recuperação ambiental de uma área desmatada em uma cidade de pequeno porte e quantificar o estoque de carbono proporcionado pela regeneração da floresta. O método empregado divide-se em três etapas: 1) Mapeamento da vegetação existente e identificação de uma área ambiental degradada, onde foram estudadas as áreas verdes do município; 2) Proposta de recuperação ambiental, onde foi desenvolvido um plano de infraestrutura verde para a cidade, tanto em macro escala quanto em escala intermediária; e 3) Quantificação do estoque de carbono da área proposta na escala intermediária. Como resultados, foi atingida a média de 86,07 toneladas de CO2 capturadas por hectare de área recuperada em uma floresta urbana ainda jovem e de 86,07. Contribui-se, assim, para a construção de Soluções Baseadas na Natureza (SbN) que combatam a degradação ambiental nas cidades e as adaptem para resistir às mudanças climáticas.
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