Resumen
Focamos este artigo nas transformações da paisagem rural e urbana a partir da produção cafeeira e seus aparatos, com o objetivo de analisar como a linha divisória entre o território rural e urbano vai se diluindo na medida em que o café coloca a necessidade de uma base urbana para seu desenvolvimento. Neste processo, o urbano, como modo de vida, vai caracterizando e introduzindo novos paradigmas no espaço rural, que podem ser observados na arquitetura e nos meios de produção. Como objeto de estudos foi selecionado a Fazenda Ermida, localizada em Jundiaí [SP], cuja arquitetura rural será caracterizada, com base nas edificações, no patrimônio cultural e nas paisagens existentes. A caracterização arquitetônica de uma porção territorial leva ao reconhecimento do patrimônio cultural, porventura existente, como um bem de significativo valor econômico e também educativo. Quando este patrimônio está integrado a uma estratégia voltada à valorização da memória e sua importância para a identidade das comunidades beneficiárias poderá contribuir para reflexão a respeito de alternativas de ocupação e apropriação do bem. A análise a que nos propomos está fundamentada na metodologia de abordagem de Argollo Ferrão (2004), que apresenta dois vetores, o cultural e o produtivo, registrando a arquitetura da produção com base no ciclo do café, e apresenta também a possibilidade de abordar o objeto de estudo em quatro níveis: regional; unidade de produção; edificações e maquinário; e por fim o nível agro ecológico.
Citas
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