Banner Portal
Alinhamento morfossintático em Matis (Pano)
PDF

Palavras-chave

Marcação de caso
Ergatividade cindida
Sincretismo de casos
Concordância
Línguas amazônicas

Como Citar

BARBOSA, Raphael Augusto Oliveira. Alinhamento morfossintático em Matis (Pano). LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, Campinas, SP, v. 20, n. 00, p. e020017, 2020. DOI: 10.20396/liames.v20i0.8661192. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/liames/article/view/8661192. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Este artigo descreve o alinhamento morfossintático em matis, língua da família Pano, falada na terra indígena Vale do Javari, região oeste do estado do Amazonas, Brasil. Estudos sobre essa língua têm sido realizados desde o início do século XXI, com análises do alinhamento morfossintático restritas a aspectos morfológicos da oração. Baseado nos resultados desses estudos e na descrição de dados primários da língua matis, o presente trabalho propõe a descrição sistematizada do alinhamento morfossintático, por meio da análise funcional e textual da marcação de caso. A abordagem teórico-metodológica tem como base os princípios da Linguística Tipológica Funcional, com a análise realizada por meio da descrição de dados obtidos em sessões de elicitação e extraídos de narrativas coletadas em trabalho de campo. Os resultados da análise morfológica indicam a relação de categorias nominais entre o alinhamento morfossintático e a ergatividade no sincretismo de casos. Na análise sintática, o sistema funcional do alinhamento morfossintático define a interação gramatical da ergatividade sintática e a concordância de participante. Espera-se que os resultados e conclusões apresentados neste artigo contribuam na compreensão dos sistemas de transitividade da língua matis, como a concordância de participante e o alinhamento morfossintático.

https://doi.org/10.20396/liames.v20i0.8661192
PDF

Referências

Arisi, Bárbara M. (2007). Matis e Korubo - contato e índios isolados no Vale do Javari, Amazônia (Dissertação de mestrado em Linguística). Santa Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina.

Arisi, Bárbara M. (2011). A dádiva, a sovinice e a beleza. Economia da Cultura Matis, Vale do Javari, Amazônia (Tese de doutorado em Linguística). Santa Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina.

Arisi, Bárbara M. (2012). La No-Frontera Pano: etnónimos como categorías alternativas y múltiples entre Matis y Korubo. Tipiti 10: 19-36. https://digitalcommons.trinity.edu/tipiti/vol10/iss1/2

Arisi, Bárbara M. (2017). Isolados e ilhados: indigenismo e conflitos no Vale do Javari, Amazônia. Estudos Ibero-Americanos 43(1): 49-66. https://doi.org/10.15448/1980-864X.2017.1.24482

Baerman, Matthew; Brown, Dunstan; Corbett, Greville G. (2005). The syntax-morphology interface: a study of syncretism. Cambridge: Cambridge University Press.

Barbosa, Raphael A. O. (2018). Gramaticalização do sincretismo de casos em línguas da família Pano. LINCOM Studies in Language Typology (LSTL) 31.

Barbosa, Raphael A. O. (ms). Switch-reference in Matis (Panoan).

Barbosa, Raphael A. O.; Netto, Waldemar F.; Matis, Bushe (ms). Sistema fonológico da língua matis (Pano).

Bowern, Claire (2008). Linguistic fieldwork: A practical guide. Basingstoke: Palgrave Mac-millan.

Camacho, José (2010). On case concord: the syntax of switch-reference clauses. Natural Language & Linguist Theory 28: 239-274.

Camargo, Eliane (2005). Manifestação da ergatividade em caxinauá (pano). LIAMES-Línguas Indígenas Americanas 5: 55-86. https://doi.org/10.20396/liames.v5i1.1439

Chelliah, Shobhana; Reuse, Willem de (2011). Handbook of descriptive linguistic fieldwork. Springer.

Costa, Raquel G. R. (1998). Aspects of ergativity in Marubo (Panoan). Journal of Amazonian Linguistics 1(2): 50-103.

Crowley, Terry (2007). Field linguistics: A beginner’s guide. Oxford: Oxford University Press.

Dixon, Robert M. W. (1979). Ergativity. Language 55(1): 59-138. https://www.jstor.org/stable/412519

Dixon, R. M. W. (1994). Ergativity. Cambridge: Cambridge University Press.

Ferreira, Rogério V. (2001). Língua matis: Aspectos descritivos da morfossintaxe (Dissertação de mestrado em Linguística). Campinas: Universidade Estadual de Campinas. http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/268999

Ferreira, Rogério V. (2005). Língua matis (Pano): Uma descrição gramatical (Tese de doutorado em Linguística). Campinas: Universidade Estadual de Campinas. http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/270244

Ferreira, Rogério V. (2012). Aspectos tipológicos do 'switch-reference' em línguas da família Pano. In Edson Rosa de Souza (org.), Funcionalismo Linguístico: Análise e descrição, pp. 197-223. São Paulo: Contexto..

Ferreira, Rogério V. (2017). Concordância de particpante em matis (Pano). In Pilar Valenzuela; Antoine Guillaume (eds.), Estudios sincrónicos y diacrónicos sobre lenguas Pano y Takana. Amerindia 39(2): 379-406.

Ferreira, Vitória R. S. (2000). Língua matis (Pano): Uma análise fonológica. (Dissertação de mestrado em Linguística). Campinas: Universidade Estadual de Campinas. http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/268998

Ferreira, Vitória R. S. (2005). Estudo lexical da língua Matis: Subsídios para um dicionário bilíngue (Tese doutorado em Linguística). Universidade Estadual de Campinas. http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/270233

Fleck, David W. (2005). Ergatividade em Matsés (Pano). LIAMES-Línguas Indígenas Americanas 5: 89-111. https://doi.org/10.20396/liames.v5i1.1440

Fleck, David W. (2010). Ergativity in the Mayoruna branch of the Panoan family. In Spike Gildea; Francesc Queixalós (orgs.), Ergativity in Amazonia (Typological Studies in Language 89), pp. 29-64. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing Company. https://doi.org/10.1075/tsl.89.03fle

Fleck, David W. (2013). Panoan language and linguistics. Anthropological papers of the American Museum of Natural History 99. New York. http://digitallibrary.amnh.org/bitstream/handle/2246/6448/AP99.pdf?sequence=1

Halliday, Michael; Matthiessen, Christian (2014). An introduction to functional grammar [4rd edn]. London: Arnold.

Instituto Sócioambiental (2014). Povos indígenas no Brasil. https://pib.socioambiental.org/pt/povo/matis

Lanes, Elder J. (2005). Aspectos da mudança lingüística em um conjunto de línguas Amazônicas: As línguas Pano (Tese de doutorado em Linguística). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Ribeiro, Lincoln A. A. (2006). Uma proposta de classificação interna das línguas da família Pano. Revista Investigações. Lingüística e Teoria Literária, Recife 19(2): 157-82. https://periodicos.ufpe.br/revistas/INV/article/view/1443

Schultze-Berndt, Eva; Hilmmelmann, Nikolaus P. (2004). Depictive secondary predicates in crosslinguistic perspective. Linguistic Typology 8(1): 59-131. https://doi.org/10.1515/lity.2004.004

Valenzuela, Pilar M. (2003). Transitivity in Shipibo-Konibo gramar (Ph.D. dissertation). Universidade de Oregon.

Valenzuela, Pilar M. (2005). Participant agreement in Panoan. In Nikolaus P. Himmelmann; Eva Schultze-Berndt (eds.), Secondary predication and adverbial modification: The typology of depictives, pp. 259-298. Oxford: Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780199272266.003.0008

Valenzuela, Pilar M. (2010). Ergativity in Shipibo-Konibo, a Panoan language of the Ucayali. In Spike Gildea; Francesc Queixalós (orgs.), Ergativity in Amazonia (Typological Studies in Language 89), pp. 65-96. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing. https://doi.org/10.1075/tsl.89.04val

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2020 Raphael Augusto Oliveira Barbosa

Downloads

Não há dados estatísticos.