Resumo
É bastante auspicioso verificar que a questão do relativismo cultural não é mais monopólio da antropologia como tema de investigação O livro Cultural Relativism and Philosophy, organizado por Marcelo Dascal, mostra que também os filósofos estão sendo atraídos pelo problema e o enfrentam, naturalmente, com as armas de sua disciplina. Isso traz desdobramentos dos mais interessantes, pois indica para aqueles entre nós, dedicados a percorrer espaços interdisciplinares, o quanto pode ser fecundo o enfrentamento de um mesmo tema por disciplinas diferentes. Mas se a antropologia tem se voltado tradicionalmente para examinar as diferenças entre sistemas culturais os mais diversos, mercé, sobretudo do método comparativo, só mais recentemente - salvo raras exceções - tem se debruçado sobre si própria, vendo-se ela mesma, enquanto disciplina, é uma modalidade de cultura. É precisamente neste ponto que antropologia e filosofia se encontram. Num momento em que os sistemas cognitivos, dentro dos quais filósofo e antropólogo se inserem olhar interrogativo de prudente estranhamento e de temor em se deixar levar, inadvertidamente, a perigosa a posições etnocêntricas.
Referências
Dascal, M. (Ed) (1991). Cultural Relativism And Philosophy: North And Latin American Perspectives (Leiden: E.J. Brill).
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