Da crítica institucional à institucionalidade crítica
PDF

Palavras-chave

Crítica institucional
Institucionalidade crítica
Coletivos
Ocupação Prestes Maia
O abrigo e o terreno

Como Citar

NOGUEIRA, Pedro Caetano Eboli. Da crítica institucional à institucionalidade crítica: uma análise da exposição O Abrigo e o Terreno. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 6, n. 2, p. 302–325, 2022. DOI: 10.20396/modos.v6i2.8667244. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8667244. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Com o objetivo de interrogar alguns dos horizontes da crítica social que permeiam nosso tempo, o presente artigo aborda uma série de polêmicas suscitadas pelo suporte instalativo Poética do Dissenso. Exibido no âmbito da mostra O Abrigo e o Terreno, ocorrida no Museu de Arte do Rio entre março e julho de 2013, ele retratava a órbita do coletivismo artístico e ativista paulistano que se reuniu em torno da ocupação Prestes Maia, em São Paulo, no começo dos anos 2000. Contudo, esta mostra reacendeu a crítica institucional que havia acompanhado a própria formação dos coletivos paulistanos. Esta crítica foi agravada pela contradição de ocupar o Museu de Arte do Rio, epicentro simbólico de processos urbanos muito similares aos que os coletivos haviam combatido na cidade de São Paulo. Partindo do pensamento de Bruno Latour, Jacques Rancière e Michel Foucault, buscamos estabelecer os horizontes para uma institucionalidade crítica, a contrapelo da crítica institucional encetada pelos críticos a esta exposição. Ao final, reformulamos o conjunto de questões estabelecidos para interrogar o estatuto político da exposição.

https://doi.org/10.20396/modos.v6i2.8667244
PDF

Referências

BENJAMIN, W. Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política. 7 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BORGES, F. Domínios do demasiado. São Paulo: Hucitec, 2010.

BORGES, F.; LIMA, É. Sobre a exposição Zona de Poesia Árida: Conversa de Véspera. Rio de Janeiro: [distribuição autônoma], 2015. Disponível em: https://tinyurl.com/xta9sat4. Acesso em: 05 out. 2021.

BÜRGER, P. Teoria da vanguarda. São Paulo: Cosac Naify, 2009.

DINIZ, C. Texto institucional para a exposição Poética do Dissenso, exibida no Museu de Arte do Rio (MAR), 2013. Disponível em: https://tinyurl.com/wa8kyzcx. Acesso em: 05 out. 2021.

DINIZ, C.; HERKENHOFF, P. Texto curatorial para a exposição O Abrigo e o Terreno, exibida no Museu de Arte do Rio (MAR), 2013. Disponível em: https://tinyurl.com/4675app3. Acesso em: 05 out. 2021.

FOUCAULT, M. “O Sujeito e o poder”. In: DREYFUS, Hubert & RABINOW, Paul (Orgs.). Michel Foucault, uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.

FOUCAULT, M. The politics of truth. Nova Iorque: Semiotext(e), 1997.

FOUCAULT, M. “O que é a crítica? (Crítica e Aufklärung)”. In: BIROLI, F.; ALVAREZ, M. C. (Orgs.). Michel Foucault: histórias e destinos de um pensamento. Cadernos da Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC - UNESP), Marília, v. 9, n. 1, pp. 169-189, 2000. Disponível em: https://tinyurl.com/568ymw54. Acesso em: 05 out. 2021.

FOUCAULT, M. Ditos e Escritos V: Ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.

FOUCAULT, M. O governo de si e dos outros: curso no Collège de France (1982-1983). São Paulo: Martins Fontes, 2010.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. 24 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2014.

FOUCAULT, M. História Da Sexualidade I: A Vontade de Saber. 5 ed. Rio de Janeiro: Graal, 2017.

HERKENHOFF, P. et al. Debate de Encerramento, 10 de julho de 2013. (125 min), son., color. Debate ocorrido no Museu de Arte do Rio (MAR), no âmbito da exposição O Abrigo e o Terreno, reunindo Paulo Herkenhoff, Clarissa Diniz, Felipe Ceppas e Ivana Bentes. Disponível em: https://tinyurl.com/4383behk. Acesso em: 05 out. 2021.

LIMA, D.; TAVARES, T. Na borda: nove coletivos, uma cidade. São Paulo: Invisíveis produções, 2011. Disponível em: https://tinyurl.com/2ajmezan. Acesso em: 05 out. 2021.

LATOUR, B. Why Has Critique Run out of Steam? From Matters of Fact to Matters of Concern. Critical Inquiry, Chicago, v. 1, n. 30, pp. 225-248, 2004. Disponível em: https://tinyurl.com/rf7fxk9u. Acesso em: 05 out. 2021.

LATOUR, B. An Attempt at a ‘Compositionist Manifesto’. New Literary History, Paris, v.1, n. 41, pp. 471-490, 2010. Disponível em: <https://tinyurl.com/9mcd6cf2>. Acesso em: 05 out. 2021.

NUNES, K. Espaços autônomos de arte contemporânea. Rio de Janeiro: Circuito, 2013.

OSÓRIO, L. Co. “Quem tem medo da curadoria? Da crítica às instituições a uma possível institucionalidade crítica”. In: OLINTO, H. K. et al. (Orgs.). Literatura e artes na crítica contemporânea. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, 2016. Disponível em: https://tinyurl.com/yvrf5493. Acesso em: 05 out. 2021.

RANCIÈRE, J. Malaise dans l'esthétique. Paris: Galilée, 2004.

RANCIÈRE, J. O Espectador emancipado. 1 ed. Lisboa: Orfeu, 2010

RANCIÈRE, J. O Destino das Imagens. 1 ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

RANCIÈRE, J. Nas margens do político. Lisboa: KKYM, 2014.

RANCIÈRE, J. Tolos e sábios - reflexões sobre o fim da presidência de Trump. Revista Beira, s.v., s.n., s.p., 17 jan. 2021. Disponível em: https://tinyurl.com/2w8ektwt. Acesso em 05 out. 2021.

REZENDE, R.; SCOVINO, F. Coletivos. Rio de Janeiro, RJ: Editora Circuito, 2010.

RIBAS, C. Vocabulário Político para Processos Estéticos. Rio de Janeiro: BY-NCSA/FUNARTE, 2014. Disponível em: https://tinyurl.com/uw35z6ee. Acesso em: 05 out. 2021.

ROSAS, R. Notas sobre o coletivismo artístico no Brasil. Revista RUA, Campinas, SP, v. 12, n. 1, p. 27-35, 2015.

TAVARES, T. et al. Flyer de lançamento da instalação Poética do Dissenso, exibida no Museu de Arte do Rio (MAR) por ocasião da exposição O Abrigo e o Terreno, 2013. Disponível em: https://tinyurl.com/2h5zdyr2. Acesso em: 05 out. 2021.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Pedro Caetano Eboli Nogueira

Downloads

Não há dados estatísticos.