“África Arte Negra” in Brazil: Exhibitions, Diplomacy, and the Imaginary of Africa in Brazil

Resumo

Este artigo examina África arte Negra, uma grande exposição de mais de 750 obras de arte africanas, que viajou pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília de 1969 a 1970. Organizada por Henri Senghor, primeiro embaixador do Senegal no Brasil, em colaboração com autoridades e curadores brasileiros e senegaleses, a exposição tornou-se um centro de debate sobre a identidade nacional do Brasil e as definições de arte, apresentando uma ideia da África através da arte de numerosas comunidades étnicas no continente. A exposição articulou a teoria da Negritude do Senegal independente, geralmente definida como um movimento intelectual anticolonial que promovia a cultura e as solidariedades africanas e diaspóricas, bem como a consciência negra global, e entrou em conflito com a retórica brasileira de democracia racial. No entanto, defendo que a exposição articulou esses discursos concorrentes em prol da diplomacia, criando pontes baseadas na arte africana e na história do intercâmbio entre a África Ocidental e o Brasil.