Didáticas e políticas têxteis e o caso da tapeçaria francesa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
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Palavras-chave

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Exposições de tecidos
Tapeçaria francesa
Didáticas têxteis
Políticas têxteis

Como Citar

CORRÊA, Patricia Leal Azevedo. Didáticas e políticas têxteis e o caso da tapeçaria francesa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 8, n. 3, p. 632–666, 2024. DOI: 10.20396/modos.v8i3.8676618. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8676618. Acesso em: 21 abr. 2025.

Resumo

Um levantamento das exposições de tecidos realizadas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro entre 1948 e 1978 mostrou sua relevância na concepção de modernidade que pautou a missão do museu. A partir de análises preliminares dessas exposições, a primeira parte do artigo estabelece as hipóteses de uma função didática e política dos tecidos enquanto objetos expositivos privilegiados pelo MAM Rio. Na segunda parte, orientada por essas hipóteses, um estudo de caso da tapeçaria francesa investiga sua presença marcante no museu, sua relação com a geopolítica da arte no segundo pós-guerra e com processos de elaboração crítica do campo artístico brasileiro, como os debates em torno da abstração, da arquitetura moderna e da “síntese das artes” em Brasília. Conclui-se que ao longo do período estudado a tapeçaria francesa frequentemente encarnou didáticas e políticas de conciliação no meio brasileiro, tanto nos embates locais com as linguagens modernas nos anos 1950, quanto nos impasses de renovação e contestação dos anos 1960.

https://doi.org/10.20396/modos.v8i3.8676618
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