Resumo
Este artigo busca explorar as dinâmicas de produção e circulação de pequenos bronzes no Brasil, destacando a atuação neste âmbito da Fundição Indígena, estabelecida no Rio de Janeiro. Destinadas aos espaços interiores e, por isso, produzidas em tamanho reduzido, essas peças assumiam, geralmente, um caráter decorativo e eventualmente funcional, em contraste com a escultura pública de caráter comemorativo pensada para os espaços exteriores. Dedicaremos especial atenção a um catálogo ilustrado publicado em dois volumes pela Fundição Indígena em 1908 e 1909, que será nosso ponto de partida para pensar a atuação desta empresa no mercado brasileiro e a questão da autoria, tanto do trabalho artístico como do trabalho de fundição.
Referências
ABRANTES, N. História da Fundição Artística no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Vecchi, 1979.
AGULHON, M. Histoire Vagabonde, vol. 1. Paris: Gallimard, 1988.
BERMAN, H. Bronzes sculptors & Founders. 1800-1930, v. 1. Chicago: ABAGE Publishers, 1974.
BELLUZZO, A. M. Artesanato, Arte e Indústria. Tese (Doutorado em Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, 1988.
BÉNÉZIT, E. Dictionnaire critique et documentaire des Peintres, Sculpteurs, Dessinateurs et Graveurs de tous les temps et de tous le pays. Tomo 1. Paris: Librairie Gründ, 1976.
CATELLI, E. Roque de Mingo (1890-1972); prólogo Fanny Lopes. São Paulo: edição da autora, 2023.
CHEVILLOT, C. Edition et Fonte au Sable. In: PINGEOT, A. (org.), La Sculpture Française au XIXe Siècle. Paris: Editions de la Réunion des museés nationaux, 1986, p. 80-93.
DE CASO, J. Serial Sculpture in Nineteenth-Century France. In: WASSERMAN, J. (ed.). Metamorphoses in Ninetheenth-Century Sculpture. Cambridge: Harvard University Press, 1975, p. 1-27.
ESCOLA NACIONAL DE BELLAS ARTES. Catálogo da Décima Quarta Exposição Geral de Bellas Artes. Rio de Janeiro, 1907.
ESCOLA NACIONAL DE BELLAS ARTES. Catálogo da 16ª Exposição Geral de Belas Artes. Rio de Janeiro, 1909.
ESCOLA NACIONAL DE BELLAS ARTES. Catálogo da 17ª Exposição Geral de Belas Artes. Rio de Janeiro: 1910.
ESCOLA NACIONAL DE BELLAS ARTES. Catálogo da 23ª Exposição Geral de Belas Artes. Rio de Janeiro, 1916.
FUNDIÇÃO INDÍGENA. Catálogo de Bronzes d’Arte da Fundição Indígena de Farinha, Carvalho & Cia. Rio de Janeiro, volumes 1-2, 1908-1909. Fundação Biblioteca Nacional.
FUNDIÇÃO INDÍGENA. Machinas para Lavoura. Rio de Janeiro, 1932. Biblioteca do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB-USP).
GALLIPOLI, M. La victoria de las copias. Tese (Doutorado em História), UNSAM, Buenos Aires, 2021.
GONÇALVES, R. de S. Sociabilidades, mediação e rivalidade. Interfaces, n. 11, p. 117-129, 2008,.
GONZAGA DUQUE, Luiz. Mocidade morta. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1995 (1899).
GUIA OFICIAL DA EXPOSIÇÃO NACIONAL DE 1908. Rio de Janeiro: Tavares, Oliveira & C., editores proprietários, 1908.
JONES, C. Sculptors and Design Reform in France, 1848 to 1895. Sculpture and the Decorative Arts. Farham: Ashgate, 2014.
LAUNAY, P. Emmanuel Villanis, un sculpteur Art Nouveau. Paris: Thélès, 2004.
LAMBERTI, M. M. Aporie dell'arte sociale. Annali della Scuola Normale Superiore di Pisa, Serie III, v. 13, n. 4, 1983, p. 1077-1137.
LEBON, É. Dictionnaire des Fondeurs de Bronze d’Art (France, 1890-1950). Perth: Marjon éditions, 2003.
LENZI, M. I. R. A Exposição Nacional de 1908 no Museu Histórico Nacional. In: Brasiliana Fotográfica, 23 de agosto de 2023. Disponível em: https://brasilianafotografica.bn.gov.br/?p=33264. Acesso em: 26.ago. 2024.
MARTÍN CHILLÓN, A. A fundição artística no Rio de Janeiro do segundo reinado (1840-1889). Tarea, v. 5, n. 5, p. 156-180, 2018.
MALTA, M. A trivialidade da arte em casa: a coleção artística do Museu Casa de Rui Barbosa. In: COLÓQUIO DO COMITÊ BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA ARTE, 33., Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, UFRJ, 2013, p. 525-540.
MICELI, S. Nacional e estrangeiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
MUSÉE RODIN. L’Âge d’Airain. Auguste Rodin (1840-1917). Disponível em: https://www.musee-rodin.fr/musee/collections/oeuvres/lage-dairain. Acesso em: 19 ago. 2024.
OLIVEIRA, G. H. Um olhar sobre a fundição artística no Brasil. In: FUNDIÇÃO ARTÍSTICA NO BRASIL. São Paulo: Editora SESI-SP, Centro Cultural FIESP, 2012, p. 11-27.
PRAIA, J. da. Cartas Náuticas. Ao boneco do campeonato (L’Epave). Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, p. 6, 1 mar. 1917.
REINIS, J. G. The Founders and Editors of the Barye Bronzes. New York: Polymath Press, 2007.
RIONNET, F. Les bronzes Barbedienne. Paris: Arthena, 2016.
RIZZO, G. Clemente Papi ‘Real Fonditore’. Mitteilungen Des Kunsthistorischen Institutes in Florenz, v. 54, n. 2, p. 295-318, 2010.
ROBERT-DEHAULT, É. et al. Fontes d’Art. Chafarizes e estátuas do Rio de Janeiro. Paris: Les Éditions de l’Amateur, ASPM-FBM, 2000.
SCARELLI, R. D. ‘Continua a febre dos monumentos’: a estatuomania na imprensa do Rio de Janeiro. Anais do Museu Paulista, São Paulo, Nova Série, v. 29, p. 1-48, 2021.
SOCIÉTÉ ANONYME DES HAUTS-FOURNEAUX & FONDERIES DU VAL D’OSNE. Fonts d’art & Bronzes d’art. Paris: Imprimerie Typographique de P. Dubreuil, 1903. Kunstbibliothek, Berlim.
VAN DEURS, A. Impacto de la Industrialización en la edición de la escultura en bronce en la Francia del siglo XIX. In: GALESIO, M F. (org.). Memoria de la escultura 1895-1914. Buenos Aires: MNBA, 2013, p. 71-78.
WASSERMAN, J. (ed.). Metamorphoses in Ninetheenth-Century Sculpture. Cambridge: Harvard University Press, 1975.
Documentos de Arquivo
Arquivo Histórico do Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
Documentos “Grupo 1 – Escola Nacional de Belas Artes”. Exposição Geral de Belas Artes. 1909 e 1910. Documentos Diversos (Pasta AI-EN 71).
Conselho Superior de Bellas Artes. Capital Federal, 13 de setembro de 1909. AI-EN 71, Pasta 43, Doc° 71-20/Fundo Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
À Comissão Diretora da 14ª Exposição Geral de Belas Artes. Rio de Janeiro, 15 de agosto de 1910. AI-EN 71, pasta 44, doc. 71-49/ Fundo Museu Nacional de Belas Artes
A Notícia, Rio de Janeiro, 31 de agosto e 1 de setembro de 1909.
Almanak Laemmert, Rio de Janeiro, 1891.
Almanak Laemmert, Rio de Janeiro, 1902.
Almanak Laemmert, Rio de Janeiro, 1909.
Almanak Laemmert, Rio de Janeiro, 1911.
Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 2 de agosto de 1908.
Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 3 de março de 1909.
Correio Paulistano, São Paulo, 12 de agosto de 1890.
Correio Paulistano, São Paulo, 29 de dezembro de 1903.
Correio Paulistano, São Paulo, 14 de janeiro de 1907 (a).
Correio Paulistano, São Paulo, 30 de dezembro de 1907 (b).
Correio Paulistano, São Paulo, 16 de junho de 1911 (a).
Correio Paulistano, São Paulo, 5 de setembro de 1911 (b).
Correio Paulistano, São Paulo, 10 de dezembro de 1911 (c).
Correio Paulistano, São Paulo, 19 de março de 1921.
Diário Nacional, São Paulo, 3 de novembro de 1929.
Diário Oficial da União, seção 1, 21 de janeiro de 1912. Câmara dos Deputados. Legislação. Decreto n. 2.577, de 17 de janeiro de 1912. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-2577-17-janeiro-1912-578060-publicacaooriginal-100961-pl.html. Acesso em: 27 ago. 2024.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 25 de agosto de 1901.
Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 11 de agosto de 1911.
Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 26 de setembro de 1914.
Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1941.
O Commercio de São Paulo, São Paulo, 22 de julho de 1903.
O Paiz, Rio de Janeiro, 18 de setembro de 1910.
O Paiz, Rio de Janeiro, 3 de junho de 1916.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Rafael Dias Scarelli