Na caverna de Tarsila
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Palavras-chave

Primitivo
Imagem
Tarsila do Amaral
Giro Decolonial
Não colonial.

Como Citar

FLORES, Maria Bernardete Ramos; PETRY, Michele Bete. Na caverna de Tarsila: Sobrevivências do primitivo como presença do não colonial. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 3, n. 1, p. 115–132, 2019. DOI: 10.24978/mod.v3i1.3770. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8662933. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

O objetivo do nosso trabalho é perceber o primitivo em imagens elaboradas por Tarsila do Amaral. Inspiradas em Bataille, entendemos a “caverna” como o interior da artista e lugar de introspecção de si. Primeiro, buscamos lapsos de pensamentos que deixem escapar imagens do seu inconsciente, como a dos bichos que permeiam os seus desenhos e pinturas, imaginários e memórias infantis. Depois, escolhemos “desmontar” uma delas, A Negra, identificando a presença de um gesto que sobrevive em outras imagens e que é próprio do humano. Por fim, colocando o problema do giro decolonial, propomos pensar o primitivo como o que escapa do par modernidade/colonialidade, apresentando a noção de não colonial.

https://doi.org/10.24978/mod.v3i1.3770
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