Resumo
Esse artigo apresenta a praia como um ambiente aquático fundamental nos estudos de levantamento arqueológico subaquático. A Arqueologia de Ambientes Aquáticos é problematizada para além do mergulho científico e do patrimônio subaquático. Para tanto, o texto realiza uma reflexão crítica sobre a formação de paisagens marítimas no centro histórico de Salvador. Em seguida apresenta referenciais metodológicos de duas pesquisas desenvolvidas no antigo Bairro da Praia, Salvador. Por fim, compreende a borda do mar como um ambiente de pós-memória, arena epistêmica que entrelaça o passado colonial ao devir urbano de cidades portuárias.
Referências
AMARAL LAPA, J. Bahia e a Carreira da Índia. Ciências Sociais e Humanas, Hucitec/ Unicamp, 2000.
APPADURAI, A. Modernity at Large. Cultural Dimensions of Globalization, Minneapolis: University of Minnesota Press, 1996.
ARAÚJO, Giovanna de Aquino Fonseca. Feira de Barcelos (Portugal) e São Joaquim (Brasil) enquanto espaço diverso, de bens simbólicos e práticas culturais plurais na contemporaneidade. IV Congresso Internacional de Estudos Comparativos da ABRAEC UEPB, Campina Grande – Brasil, 2009.
BAVA DE CAM ARGO, E F. Portos do Vale do Ribeira paulista: uma abordagem arqueológica. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 8: 155-165, 2009.
BRADLEY, R. Archaeology of Natural Places. London: Routledge, 2000.
LE BOUEDEC, Gérard , PLOUX, Frabçois , CÉRINO, Chistophe et GEISTDOERFER, Aliette. Entre terre et mer: sociétés littorales et pluriactivités (XVe-XXe siècle) : actes du colloque tenu à l'Université de Bretagne Sud--Lorient, les 17, 18 et 19 octobre 2002. Press Universitaires Rennes, 2004.
BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2007.
CRIADO BOADO, F. Construcción social Del espacio y reconstrucción arqueológica del paisagen. Boletín de Antropología Americana, n.24, pp-5-29, 1991.
DANOWSKI, D.; CASTRO, E. V. Há mundo porvir? Ensaio sobre os medos e os fins. Desterro (Florianópolis): ISA, 2014.
DOLFFUS, Oliver. O Espaço geográfico. Rio de Janeiro: BERTRAND Brasil, 1991.
GNECCO, C. “Escavando” arqueologias alternativas. Revista de Arqueologia, SAB – Sociedade de Arqueologia Brasileira, v.25, n.2, p.08-22, 2012.
HABER, A. Un-Disciplining Archaeology. Archaeologies: Journal of World Archaeological Congress, 8, 1, 2012, pp. 55-66
Heidegger, M. Ser e Tempo (parte I). Petrópolis: Vozes, 1995.
HIRSCH, Marianne (2001). “Surviving Images: Holocaust Photographs and the Work of Postmemory.” The Yale Journal of Criticism 14 (1): 5–37.
HOEFEL, F. G. Morfodinâmica de praias arenosas oceânicas, uma revisão bibliográfica. Itajaí: Univali, 1998. 92 p.
INGOLD, T. The temporality of the landscape. World Archaeology 25, 152-74, 1993.
IPHAN. Centro Histórico da Cidade de Salvador: Proposta de inscrição na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO. Secretaria da Cultura Subsecretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Fundação Nacional pró-Memória, Brasília, 1983.
IVO, Anete Brito Leal, Coord. Dicionário temático desenvolvimento e questão social. São
Paulo: Annablume, Brasília: CNPq, Salvador: Fapesb, 2013.
LAYTON, R., UCKO, P. Introduction: Gazing on the Landscape and Encountering the Environment. IN UCKO, P., LAYTON, R. (Eds.). The Archaeology and Anthropology of Landscape. Shaping your Landscape. London and New York: Routledge: 2005.
La Convención de la UNESCO sobre la Protección del Patrimonio Cultural Subacuático. UNESCO, 2001.
MACGRAIL. S. Ancients boats in North-West Europe. The archaeology of water transport to AD. 1500. London: New York, 1998.
AUTORA. A borda do mar como um lugar cultural: Arqueologia de praias e a dialética étnico-marítima do patrimônio imaterial no sítio da Preguiça, Salvador/Bahia. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Arqueologia, UFS, 2017.
_________Arqueotextura e o esboço de uma antecipação: o princípio simétrico na escrita dos atos, materiais e ambientes. Campinas: Revista de Arqueologia Pública, v.12, n°1, 2018, 23p.
_________O Exu Submerso: uma arqueologia da religião e da diáspora no Brasil. Paraná: Appris, 2019.
NOVAES, Luciana de Castro N, RAMBELLI, Gilson. As praias e a Arqueologia de Ambientes Aquáticos. Cadernos LEPAARQ. Vol. XIV, n°27, 2017.
RAMBELLI, Gilson. Arqueologia subaquática do baixo vale do Ribeira. Tese (Doutorado em Arqueologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.
__________Arqueologia Subaquática em Cananeia. Curitiba: Primas, 2016.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O Espetáculo das Raças – cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
VERGER, Pierre. Fluxo e Refluxo do tráfico de escravos entre o golfo do Benin e a Bahia de Todos os Santos: dos séculos XVII a XIX. São Paulo: Corrupio, 1987.
VILHENA, Luis dos Santos. A Bahia no século XVIII. Bahia: Itapua, 1964.
YETSCH, A.E. Introduction: Close Attention to Place – Landscape Studies by Historical Archaeology. IN YAMIN, R. , METHENY, K.B. (Eds.). Landscape Archaeology. Reading and Interpreting the American Historical Landscape. Knoxville, University of Tennessee Press. 1996.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2021 Revista Arqueologia Pública