Banner Portal
Diálogos orientados/desorientados pela teoria queer
pdf

Palavras-chave

Educação em museus
Arqueologia brasileira
Mediação

Como Citar

SILVA, Maurício André da. Diálogos orientados/desorientados pela teoria queer: por uma prática educativa para além da norma no âmbito da arqueologia. Revista Arqueologia Pública, Campinas, SP, v. 13, n. 1[22], p. 218–237, 2019. DOI: 10.20396/rap.v13i1.8654760. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rap/article/view/8654760. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Este artigo aproxima a teoria queer das ações educativas, direcionadas à arqueologia, desenvolvidas no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, com o objetivo de se engajar com posturas menos normatizadas e abertas ao acolhimento de repertórios de diferentes públicos. Busca-se tensionar as interpretações arqueológicas e suas ressonâncias com as questões contemporâneas, principalmente com corpos e identidades silenciadas. Desde 2018, o Educativo da instituição tem lidado com o desafio da abordagem da sexualidade e do gênero, como meio de se refletir sobre o presente e sua imbricação no passado, reforçando o papel político da arqueologia e dos museus. Interpretação arqueológica é criação e, por meio dela, são fundados novos mundos, nesse sentido deve-se experimentar práticas que possibilitem a capacidade de imaginação e atuação política no presente.

https://doi.org/10.20396/rap.v13i1.8654760
pdf

Referências

ABUD, Kátia. Paulista, uni-vos! Revista de História, São Paulo, 2008.

ATALAY, Sonya. Multivocality and Indigenous Archaeologies. In: FAWCETT, Clare; HABU, Junko; MATSUNAGA, John (Org.). Evaluating Multiple Narratives: Beyond Nationalist, Colonialist Archaeology. New York: Springer, 2008. p. 29-24.

BARRETO, Cristiana Nunes Galvão de Barro. Meios místicos de reprodução social: arte e estilo na cerâmica funerária da Amazônia Antiga. (Tese de Doutorado. Programa de pós-graduação em Arqueologia) – Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

BENAVIDES, Hugo. The Representation of Guayaquil’s Sexual Past: Historicizing the Enchaquirados. Journal of Latin American Anthropology, v. 7, n. 1, p. 68-103, 2002.

BENAVIDES, Hugo. Transgéneros” en la costa ecuatoriana: una historia del presente evanescente. In: USILLOS, Andrés Gutiérrez (org.). Trans: diversidad de identidades y roles de género. Madrid: Museo de América, 2017. p. 119-123.

BENTO, Berenice. A reinvenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual. Rio de Janeiro: Garamond, 2006. 256p.

BENTO, Berenice. Prefácio. In: PELÚCIO, Larissa. Abjeção e Desejo: Uma etnografia travesti sobre o modelo preventivo de aids. São Paulo: Annablume, 2009.

BLACKMORE, Chelsea. How to Queer the past without sex: Queer theory, feminism and the archaeology of identity. Journal of the World Archaeological Congress, v. 7, n. 1, p. 75-96, 2011.

BULGARELLI, Lucas. Um impeachment, algumas tretas e muitos textões: notas sobre o movimento LGBT brasileiro pós-2010. In: GREEN, James N.; QUINALHA, Renan; CAETANO, Marcio; FERNANDES, Marisa (Org.). História do Movimento LBGT no Brasil. São Paulo: Alameda, 2018. p. 487-499.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 15. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

BRUNO, Maria Cristina Oliveira. Museu do Instituto de Pré-História: um museu a serviço da pesquisa científica. (Dissertação de Mestrado. Programa de pós-graduação em Ciências) – Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1984.

BRUNO, Maria Cristina Oliveira. Musealização da Arqueologia: um estudo de modelos para o Projeto Paranapanema. (Tese de Doutorado. Programa de pós-graduação em Ciências) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995.

BRUNO, Maria Cristina Oliveira. Museologia: a luta pela perseguição ao abandono. Tese (Livre-Docência) – Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.

BRUNO, Maria Cristina Oliveira; VASCONCELLOS, Camilo de Mello. A proposta educativa do Museu de Pré-História Paulo Duarte. Revista de Pré-História, São Paulo, n. 7, p. 161-82, 1989.

CARNEIRO, Carla Gibertoni. Ações educacionais no contexto da arqueologia preventiva: uma proposta para a Amazônia. (Tese de Doutorado. Programa de pós-graduação em Arqueologia) – Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

CARNEIRO, Carla Gibertoni. Educação Patrimonial e Arqueologia: alguns aspectos dessa interface. Amazônia. Revista de Antropologia (online), v. 6, n. 2, p. 442-458, 2014.

CASTRO, Mariangela. Para mais da metade dos estudantes, USP é machista e racista. Jornal da USP, São Paulo, 27 jun. 2018. Disponível em: https://jornal.usp.br/universidade/para-mais-da-metade-dos-estudantes-usp-e-machista-e-racista/. Acesso em: 12. 11. 2018.

COLLING, Leandro. Impactos e/ou sintonias dos estudos queer no movimento LGBT do Brasil. In: GREEN, James N.; QUINALHA, Renan; CAETANO, Marcio; FERNANDES, Marisa (Org.). História do Movimento LBGT no Brasil. São Paulo: Alameda, 2018. p. 515-531.

DOWSON, Thomas A. Why Queer Archaeology? An Introduction. World Archaeology, v. 32, n. 2, p. 161-165, 2000.

ELAZARI, Judith Mader. Encontro com idosos “escavando” a memória a partir de objetos. In: PARK, Margareth Brandini; GROPPO, Luís Antonio (Org.). Educação e velhice. Holambra, SP: Setembro, 2009. p. 93-105.

FERNANDES, Estevão Rafael. Existe Índio Gay?: a colonização das sexualidades indígenas no Brasil. Curitiba: Prismas, 2017. 245 p.

FERNANDES, Estevão Rafael; GONTIJO, Fabiano de Souza. Diversidade sexual e de gênero e novos descentramentos: um manifesto queer cabloco. Amazônica - Revista Antropologia, v. 8, n. 1, p. 14-22, 2017.

FIGUEIREDO, Patrícia. Bolsonaro mente ao dizer que Haddad criou ‘kit gay’. El país. 13 out. 2018. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/12/politica/1539356381_052616.html. Acesso em: 10. 12. 2018.

GREEN, James N.; QUINALHA, Renan; CAETANO, Marcio; FERNANDES, Marisa (Org.). História do Movimento LBGT no Brasil. São Paulo: Alameda, 2018. 536p.

GONTIJO, Fabiano de S.; SCHAAN, Denise P. Sexualidade e Teoria Queer. Revista de Arqueologia, Especial Crítica Feminista e Arqueologia, v. 30, n. 2, p. 51-70, 2017.

HARAWAY, Donna. Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. In: HARAWAY, Donna; KUNZRU, Hari; TOMAZ, Tadeu. Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

HIRATA, Elaine Veloso. Relato das experiências educacionais do MAE: 1981-1982. Dédalo. São Paulo, n. 24, p. 11-20, 1985.

HIRATA, Elaine Veloso; DERMATINI, Célia Maria Cristina; PEIXOTO, Denise Catunda Marques; ELAZARI, Judith Mader. Arqueologia, educação e museu: o objeto enquanto instrumentalização do conhecimento. Dédalo, São Paulo, n. 27, p. 11-46, 1989.

HODDER, Ian. Multivocality and Social Archaeology. In: FAWCETT, Clare; HABU, Junko; MATSUNAGA, John (org.). Evaluating Multiple Narratives: Beyond Nationalist, Colonialist Archaeology. New York: Springer, 2008. p. 196-200.

INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Caderno da Política Nacional de Educação Museal. Brasília, DF: IBRAM, 2018. 132p.

JACOME, Camila Pereira; FURQUIM, Laura Pereira. Gender and Feminism in Brazilian Archaeology. In: SMITH, Claire. Encyclopedia of Global Archaeology. Switzerland: Springer Nature, 2019. p. 1-13.

JOYCE, Rosemary. Critical Histories of Archaeology Pratice: Latin American and North American Interpretations in Honduran Context. In: FAWCETT, Clare; HABU, Junko; MATSUNAGA, John (org.). Evaluating Multiple Narratives: Beyond Nationalist, Colonialist Archaeology. New York: Springer, 2008. p. 56-68.

LAURETIS, Teresa. Queer Theory: Lesbian and Gay Sexualities. Indiana: Indiana University Press, 1991.

LINS, Beatriz Accioly; MACHADO, Bernardo Fonseca; ESCOURA, Michele. Diferentes, não desiguais: a questão de gênero na escola. São Paulo: Reviravolta, 2016.

LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho. Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. 96p.

LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2018.

MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (Org.). El giro decolonial: Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Universidad Javeriana-Instituto Pensar: Universidad Central-IESCO: Siglo del Hombre Editores, 2007. p. 127-167.

MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Educação e museus: sedução, riscos e ilusões. Ciências & Letras. Porto Alegre: Faculdade Porto-Alegrense de Educação, Ciências e Letras, n. 27, p. 91-101, 2000.

MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Premissas para formulação de políticas públicas em Arqueologia. In: LIMA, Tânia Andrade (Org.). Revista do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional. Rio de Janeiro: IPHAN, v. 33, p. 37-57, 2007.

MISKOLCI, Richard. Teoria queer: um aprendizado pelas diferenças. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica: UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto, 2017.

MOUTINHO, Laura. Diferenças e desigualdades negociadas: raça, sexualidade e gênero em produções acadêmicas recentes. Cadernos Pagu, Campinas, v. 42, p. 201-248, 2014.

POUGET, Frederic Mario Caires; CARVALHO, Aline Vieira de. Misoginia e homofobia como elementos de sociabilidade na prática arqueológica. Revista de Arqueologia, Sociedade de Arqueologia Brasileira, v. 30, p. 106-114, 2017.

PRECIADO, Beatriz. Manifesto contra sexual. São Paulo: n. 1 edições, 2014.

QUINALHA, Renan. As heranças da ditadura hetero-militar: da repressão ao reconhecimento precário dos direitos LGBTS. In: PEDROSA, Adriano. MESQUITA, André (Org.). Histórias da sexualidade: antologia. São Paulo: MASP, 2017. p. 293-300.

REIS, Maira. Por que é melhor usar o termo LGBTfobia no lugar de homofobia? El País, São Paulo, 18 maio, 2018. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/05/17/opinion/1526578355_596099.html. Acesso em: 10. 11. 2018.

REUNIÓN DE TEORÍA ARQUEOLÓGICA DE AMÉRICA DEL SUR (TAAS). Programa. Quito, 2018.

RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2017a.

RIBEIRO, LOREDANA. Dossiê Arqueologia e Crítica Feminista no Brasil. REVISTA DE ARQUEOLOGIA (SOCIEDADE DE ARQUEOLOGIA BRASILEIRA. IMPRESSO), v. 30, 2017b.

RUBIN, Gayle. Políticas do sexo: Gayle Rubin. São Paulo: Ubu, 2017. 144p.

RUTECKI, Dawn M.; BLACKMORE, Chelsea. Towards an Inclusive Queer Archaeology: an overview and introduction. The SAA Archaeological Record: the magazine of the Society for American Archaeology, v. 16, n. 1, p. 9-11, 2016.

SCHAAN, Denise. Estatuetas antropomorfas Marajoara: o simbolismo de identidades de gênero em uma sociedade complexa amazônica. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Antropologia, v. 17, n. 2, p. 437-477, 2001.

SCHAAN, Denise. A ceramista, seu pote e sua tanga: identidade e papéis sociais em um cacicado marajoara. Revista de Arqueologia, São Paulo, v. 16, p. 31-45, 2003.

SENE, Glaucia Malerba; VIANA, Sibeli Aparecida; MOURA, Marlene C. Ossami de. Gênero em Arqueologia e Antropologia. Revista Habitus - Revista do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia, Goiânia, v. 16, n. 1, p. 1-4, 2018.

SILVA, Emerson Nobre. Objetos e imagens no Marajó antigo: agência e transformação na iconografia das tangas cerâmicas. (Dissertação de Mestrado. Programa de pós-graduação em Arqueologia) – Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

SPARGO, Tamsin. Foucault e a teoria queer: seguido de Ágape e êxtase: orientações pós seculares. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

TREVISAN, João Silvério. Devassos no paraíso: a homossexualidade no Brasil da colônia à atualidade. 4. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2018.

TRIGGER, Bruce G. Alternative Archaeologies in Historical Perspective. In: FAWCETT, Clare; HABU, Junko; MATSUNAGA, John (Org.). Evaluating Multiple Narratives: Beyond Nationalist, Colonialist Archaeology. New York: Springer, 2008. p. 187-195.

VASCONCELLOS, Camilo de Mello. O papel social e educacional dos museus: um estudo de caso do projeto Girassol do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. In: NASCIMENTO, Silvana Sousa de; BOSSIER, Ana Paula (Org.). Museu e escola. Belo Horizonte: UFMG: FaE: LEME, 2010. p. 1-13.

VASCONCELLOS, Camilo de Mello; CARNEIRO, Carla Gibertoni; ELAZARI, Judith Mader. A questão indígena e a ação educativa do MAE/USP. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. Suplemento 07. São Paulo: Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, 2008. p. 101- 108.

VASCONCELLOS, Camilo de Mello; SILVA, Mauricio André da. A mediação comunitária colaborativa: novas perspectivas para educação em museus. ETD: Educação Temática Digital, v. 20, p. 623-639, 2018.

VOSS, Barbara L. Feminisms, Queer theories, and the archaeological study of past sexualities. World Archaeology, v. 32, n. 2, p. 180-192, 2010.

VOSS, Barbara. SCHMIDT, Robert. A. Archaeologies of Sexuality: an introduction. In: SCHMIDT, Robert. VOSS, Barbara (Org.). Archaeologies of Sexuality. Londres, Routledge, p. 1-32, 2000.

WEEKS, Jeffrey. Curiosidade, sexualidade e currículo. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2018. p. 43-104.

WICHERS, Camila Azevedo Moraes. Patrimônio Arqueológico Paulista: proposições e provocações museológicas. (Tese de Doutorado. Programa de pós-graduação em Arqueologia) – Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

WICHERS, Camila Moraes. Um olhar para as relações de gênero na produção das coisas de barro. Habitus, Goiânia, v. 16, n. 1, p. 75-102, 2018.

ZARANKIN, Andrés; SALERNO, Melisa Anabella. Sobre bonecas e carrinhos: desconstruindo as categorias “feminino” e “masculino” no passado. Especiaria: Caderno de Ciências Humanas, v. 11, n. 20-21, p. 102-135, 2009.

Revista Arqueologia Pública utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.