Resumo
A pesquisa possui como objetivo analisar a relação entre os construtos orquestração, ambidestria e capacidades absortivas no desempenho de empresas de bases tecnológicas participantes de parques tecnológicos paulistas. Para atingir esse objetivo, foram aplicados 79 questionários com empresas de nove parques tecnológicos paulistas em atividade. A análise de resultados foi realizada através da Modelagem de Equações Estruturais Partial Least Squares (MEEPLS). Os resultados da pesquisa apontaram para uma relação substancial entre as capacidades de absorção e entre o desempenho organizacional, através da aplicação de estratégias tanto de inovação exploitation quanto de inovação exploration, sob o contexto da capacidade de orquestração de empresas EBTs. Assim, o artigo contribui para o desenvolvimento de um framework e para o preenchimento de uma lacuna teórica sobre os estudos que tratam de orquestração de redes e de ambidestria organizacional no desempenho de EBTs, ao propor um framework que contribui com a prática da inovação nessas empresas. O framework proposto pode ser utilizado por gestores de parques tecnológicos e por gestores de EBTs que participam de redes de cooperação.
Referências
AAKER, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de marketing 7. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
AHUJA, G. The duality of collaboration: inducements and opportunities in the formation of interfirm linkages. Strategic Management Journal, Nova Jersey, v. 21, n. 3, p. 317-343, 2000.
ALBORNOZ, F. et al The environmental actions of firms: examining the role of spillovers, networks and absorptive capacity. Journal of Environmental Management, Londres, v. 146, p. 150-163, 2014.
ALI, M.; PARK, K. The mediating role of an innovative culture in the relationship between absorptive capacity and technical and non-technical innovation. Journal of Business Research, Amsterdã, v. 69, n. 5, p. 1669-1675, 2016.
ALVES, C. A.; PIZZINATTO, N. K.; GONÇALVES, M. N. A importância estratégica dos relacionamentos de negócios em redes de empresas: uma visão baseada no RBV–Resource Based View. Revista Brasileira de Marketing, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 166-189, 2010.
ANDRIOPOULOS, C.; LEWIS, M. W. Exploitation-exploration tensions and organizational ambidexterity: managing paradoxes of innovation. Organization Science, Catonsville, v. 20, n. 4, p. 696-717, 2009.
BALESTRIN, A.; VERSCHOORE, J. R.; PERUCIA, A. A visão relacional da estratégia: evidências empíricas em redes de cooperação empresarial. Revista Base da UNISINOS, São Leopoldo, v. 11, n. 1, p. 47-58, 2014.
BIDO, D.; SILVA, D. SmartPLS 3: especificação, estimação, avaliação e relato. Administração: Ensino e Pesquisa, São Paulo, v. 20, n. 2, p. 488-536, 2019.
BORTOLASO, I. V.; VERSCHOORE, J. R.; DAGNINO, G. B. Regional strategic networks in southern Brazil. International Journal of Globalisation and Small Business, Olney, v. 10, n. 4, p. 338-358, 2019.
CAMISÓN, C.; BORONAT-NAVARRO, M.; FORÉS, B. The interplay between firms’ internal and external capabilities in exploration and exploitation. Management Decision, Emerald, 2018. In press.
CAMISÓN, C.; FORÉS, B. Knowledge absorptive capacity: New insights for its conceptualization and measurement. Journal of Business Research, Amsterdã, v. 63, n. 7, p. 707-715, 2010.
CARVALHO, D. D. Cocriação de valor: conceitos e implicações vistos sob a ótica da educação a distância no Brasil 2017, Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.
CASSOL, A.; ZAPALAI, J.; CINTRA, R. F. Capacidade absortiva como propulsora da inovação em empresas incubadas de Santa Catarina. Revista Ciências Administrativas, Blumenau, v. 23, n. 1, p. 9-41, 2017.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CHIN, W. W. The partial least squares approach for structural equation modeling. In Marcoulides, G.A. (Ed.). Modern methods for business research London: Lawrence Erlbaum Associates, p. 295-236, 1998.
COHEN, J. Statistical power analysis for the behavioural sciences Hillsdale: Lawrence Erlbaum Associates, 1998.
COHEN, W. M.; LEVINTHAL, D. A. Innovation and learning: the two faces of R & D. Economic Journal, Londres, v. 99, n. 397, p. 569-596, 1989.
CRESTANI, A. H.; MORAES, A. B. D.; SOUZA, A. P. R. D. Validação de conteúdo: clareza/pertinência, fidedignidade e consistência interna de sinais enunciativos de aquisição da linguagem. CoDAS, São Paulo, v. 29, n. 4, p. e20160180, 2017.
DHANARAJ, C.; PARKHE, A. Orchestrating innovation networks. Academy of Management Review, Briarcliff Manor,v. 31, n. 3, p. 659-669, 2006.
DIERICKX, I.; COOL, K. Asset stock accumulation and sustainability of competitive advantage. Management Science, Catonsville, v. 35, n. 12, p. 1504-1511, 1989.
DYER, J. H.; SINGH, H. The relational view: cooperative strategy and sources of interorganizational competitive advantage. Academy of Management Review, Briarcliff Manor, v. 23, n. 4, p. 660-679, 1998.
FARINA, M. C.; DE MELO, R. S.; DUTRA, F. G. A. Lacunas de conhecimento e cooperação: análise de uma rede social em um instituto de tecnologia da região do ABC Paulista. Interações, Santa Catarina, v. 22, n. 3, p. 911-927, 2021.
FLATTEN, T. C. et al A measure of absorptive capacity: scale development and validation. European Management Journal, Londres, v. 29, n. 2, p. 98-116, 2011.
FORNELL, C.; LARCKER, D. F. Evaluating structural equation models with unobservable variables and measurement error. JMR, Journal of Marketing Research, Chicago, v. 18, n. 1, p. 39-50, 1981.
FOSFURI, A.; TRIBÓ, J. A. Exploring the antecedents of potential absorptive capacity and its impact on innovation performance. Omega, Oxford, v. 36, n. 2, p. 173-187, 2008.
GAUSDAL, A.; NILSEN, E. Orchestrating Innovative SME Networks. The Case of “HealthInnovation”. Journal of the Knowledge Economy, Nova Iorque, v. 2, n. 4, p. 586-600, 2011.
GILSING, V. The dynamics of innovation and interfirm networks: exploration, exploitation and co-evolution. Northampton: Edward Elgar Publishing, 2005. 197p.
GULATI, R. Alliances and networks. Strategic Management Journal, Nova Jersey, v. 19, n. 4, p. 293-317, 1998.
GULATI, R.; NOHRIA, N.; ZAHEER, A. Strategic networks. Strategic Management Journal, Nova Jersey, v. 21, n. 3, p. 203-215, 2000.
GUPTA, A. K.; GOVINDARAJAN, V. Resource sharing among SBUs: Strategic antecedents and administrative implications. Academy of Management Journal, Briarcliff Manor, v. 29, n. 4, p. 695-714, 1986.
HAIR JUNIOR, J. F. et al A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM) California: Sage publications, 2014.
HE, Z. L.; WONG, P. K. Exploration vs. exploitation: an empirical test of the ambidexterity hypothesis. Organization Science, Catonsville, v. 15, n. 4, p. 481-494, 2004.
HU, Y.; SØRENSEN, O. J. Open innovation in networks: specifying orchestration capability for SMEs. Ledelse & Erhvervsøkonomi, Copenhagen, v. 77, n. 2, p. 7-24, 2012.
HURMELINNA-LAUKKANEN, P.; OLANDER, H.; BLOMQVIST, K.; PANFILII, V. Orchestrating R&D networks: Absorptive capacity, network stability, and innovation appropriability. European Management Journal, Londres, v. 30, n. 6, p. 552-563, 2012.
JARILLO, J. C. On strategic networks. Strategic Management Journal, Hoboken, v. 9, n. 1, p. 31-41, 1988.
LEE, L. et al On the use of partial least squares path modeling in accounting research. International Journal of Accounting Information Systems, Amsterdã, v. 12, n. 4, p. 305-328, 2011.
LIU, G.; KO, W. W. Organizational learning and marketing capability development: a study of the charity retailing operations of British social enterprise. Nonprofit and Voluntary Sector Quarterly, Thousand Oaks, v. 41, n. 4, p. 580-608, 2012.
LUCENA, A.; ROPER, S. Absorptive capacity and ambidexterity in R&D: linking technology alliance diversity and firm innovation. European Management Review, Londres, v. 13, n. 3, p. 159-178, 2016.
MARCH, J. G. Exploration and exploitation in organizational learning. Organization Science, Catonsville, v. 2, n. 1, p. 71-87, 1991.
MCTIC. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação. Disponível em: <https://antigo.mctic.gov.br/mctic/export/sites/institucional/arquivos/ASCOM_PUBLICACOES/marco_legal_de_cti.pdf>. Acesso em: 28 julho 2019. 2013. » https://antigo.mctic.gov.br/mctic/export/sites/institucional/arquivos/ASCOM_PUBLICACOES/marco_legal_de_cti.pdf
MELLO, P.; SERRA, M. Orquestrando parques tecnológicos como Política Pública para o desenvolvimento econômico regional: uma avaliação do Sistema Paulista de Ambientes de Inovação. Revista Brasileira de Inovação, v. 22, p. 1-33, 2023.
NOOTEBOOM, B. Learning and innovation in organizations and economies Oxford: OUP Oxford, 2000.
PEREIRA, B. A.; FARIAS, J. S. Literatura qualificada sobre capacidade absortiva para inovação em NEBTs e startups. Revista Brasileira de Inovação, Rio de Janeiro, v. 20, p. e021020, 2021.
POPADIUK, S.; SANTOS, F. R. Ambidestria, Capabilidades e seus Impactos no Desempenho Organizacional Moderado pela Estratégia. In: Anais: XL EnANPAD, 2016, Costa do Sauípe, 2016.
RINGLE, C. M.; SILVA, D.; BIDO, D. S. Modelagem de equações estruturais com utilização do SmartPLS. Revista Brasileira de Marketing, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 56-73, 2014.
RITALA, P.; HURMELINNA-LAUKKANEN, P.; BLOMQVIST, K. Tug of war in innovation–coopetitive service development. International Journal of Services Technology and Management, Geneva, v. 12, n. 3, p. 255-272, 2009.
ROTHAERMEL, F. T.; ALEXANDRE, M. T. Ambidexterity in technology sourcing: The moderating role of absorptive capacity. Organization Science, Catonsville, v. 20, n. 4, p. 759-780, 2009.
SANTOS, J. L. S. Relações entre capacidade de absorção de conhecimento, sistemas de memória organizacional e desempenho financeiro 2013. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013.
SEVERGNINI, E.; GALDAMEZ, E. V. C.; VIEIRA, V. A. Efeitos do exploration, exploitation e ambidestria no desempenho das organizações de software. Revista de Administração Contemporânea, Blumenau, v. 23, n. 1, p. 111-134, 2019.
SILVA, S. B. A capacidade dinâmica de “Orquestração de Redes de Inovação” no modelo de inovação aberta. Revista Alcance, Florianópolis, v. 23, n. 1, p. 19-33, 2016.
SOLÍS-MOLINA, M.; HERNÁNDEZ-ESPALLARDO, M.; RODRÍGUEZ-OREJUELA, A. Performance implications of organizational ambidexterity versus specialization in exploitation or exploration: the role of absorptive capacity. Journal of Business Research, Amsterdã, v. 91, p. 181-194, 2018.
THOMAS, E.; FACCIN, K.; ASHEIM, B. T. Universities as orchestrators of the development of regional innovation ecosystems in emerging economies. Growth and Change, Oxford, v. 52, n. 2, p. 770-789, 2021.
TOIGO, T. et al Capabilities and skills to orchestrate innovation networks. Innovation & Management Review, Heidelberg, 2021.
TSAI, W. Knowledge transfer in intraorganizational networks: effects of network position and absorptive capacity on business unit innovation and performance. Academy of Management Journal, Briarcliff Manor, v. 44, n. 5, p. 996-1004, 2001.
VIZZOTO, A.; VERSCHOORE, J. R. What drives network governance? A microstructural approach. International Journal of Business and Management, Toronto, v. 17, n. 11, p. 1-78, 2023.
WEGNER, D.; MAEHLER, A. E. Desempenho de empresas participantes de rede interorganizacionais: analisando a influência do capital social e da capacidade absortiva. Gestão & Planejamento, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 191-211, 2012.
ZAHRA, S. A.; GEORGE, G. Absorptive capacity: a review, reconceptualization, and extension. Academy of Management Review, Briarcliff Manor, v. 27, n. 2, p. 185-203, 2002.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Inovação