Resumen
A instituição dos Fundos Setoriais (FS), dentro do contexto do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), significou uma mudança importante no financiamento tecnológico brasileiro, por tratar setores industriais dentro de suas particularidades. O objetivo do presente artigo é estudar o Fundo Setorial da Saúde (CT-Saúde), valendo-se de base de dados inédita disponibilizadas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Dentre os principais resultados, pode-se destacar (i) participação modesta do CT-Saúde dentro dos financiamentos ao Sistema Setorial de Inovação da Saúde; (ii) objetivos próximos às políticas de saúde pública (especificamente às necessidades do SUS); (iii) baixa relevância das firmas industrias e pouca interação entre estas e universidades e institutos de pesquisa e (iv) fragmentação das estratégias de financiamento, a se contar os repasses realizados por demais CT de financiamento horizontal.Citas
ALBUQUERQUE, E. M. National systems of innovation and Non-OECD countries: notes about a rudimentary and tentative typology. Brazilian Journal of Political Economy, São Paulo, v. 19, n. 4, p.35-52, out./dez. 1999.
ALBUQUERQUE, E. M.;CASSIOLATO, J. E. As especificidades de inovação do setor saúde. Revista de Economia Política, v. 22, n. 4 (88), out./dez. 2002.
BASTOS, V. D. Fundos públicos para ciência e tecnologia. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 10, n. 20, p. 229-260, dez. 2003.
BRESCHI, S.; MALERBA, F. Sectoral Innovation Systems: technological regimes, schumpeterian dynamics, and spatial boundaries. In: EDQUIST, C. (Ed.). Systems of Innovation: technologies, institutions and organizations. London: Pinter, 1997, p. 130-156.
CALIARI, T.; RUIZ, R. M. A indústria farmacêutica e os medicamentos genéricos: as intenções políticas e os impactos não planejados. In: SALERNO,M. J.; DE NEGRI, J. A.; TURCHI, L. M.; Morais, J. M. (Orgs.). Inovação: estudos de jovens pesquisadores brasileiros. 1 ed. São Paulo: Papagaio, v. 2, 2010, p. 392-428.
CHAVES, C. V.; ALBUQUERQUE, E. M. Desconexão do sistema de inovação do setor saúde. Economia Aplicada, São Paulo, v. 10, n. 4, p. 523-539, out./dez. 2006.
CONSOLI, D.; MINA, A. An evolutionary perspective on health innovation systems. Journal of Evolutionary Economics, n. 19, p, 297-319, 2009.
CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO (CGU). Relatório de auditoria anual de contas da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Disponível em: http://www.cgu.gov.br/relatorios/ra224559/RA224559.pdf. Acesso em: 2 jun. 2010.
DE NEGRI, J. A., KUBOTA. L. C. (Orgs.). Políticas de Incentivo à Inovação Tecnológica no Brasil. Ipea, Brasília, 2008. 607p.
DE NEGRI, J. A.; DE NEGRI, F.; LEMOS, M. B. O impacto do Programa FNDCT sobre o desempenho e o esforço tecnológico das empresas industriais brasileiras. In.: DE NEGRI, J. A.; KUBOTA. L. C. (Orgs.). Políticas de incentivo à inovação tecnológica no Brasil. Brasília: Ipea, 2008.
FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos. Objetivos do CT-Saúde. Disponível em: http://www.finep.gov.br/fundos_setoriais/ct_saude/ct_saude_ini.asp. Acesso em: 30 abr. 2010.
FREEMAN, C. The National System of Innovation in historical perspective. Cambridge Journal of Economics, n. 19, p. 5-24, 1995.
GADELHA, C. A. G.; QUENTAL, C.; FIALHO, B. C. Saúde e inovação: uma abordagem sistêmica das indústrias da saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p. 47-59, jan./fev. 2003.
GADELHA, C. A. G. O complexo industrial da saúde: desafios para uma política de inovação e desenvolvimento. In.: BRASIL, Ministério da Saúde. Saúde no Brasil: contribuições para a agenda de prioridades de pesquisa. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
GADELHA, C. A. G. Complexo econômico-industrial da saúde: visão geral. Seminário Valor Econômico, 2010.
GELIJNS, A.; ROSENBERG, N. The changing nature of medical technology development. In.: ROSENBERG, N.; GELIJNS, A.; DAWKINS, H. Sources of medical technology: universities and industry. Washington: National Academy, 1995 (Medical Innovation at the Crossroads, v. 5).
HICKS, D.; KATZ, J. Hospitals: the hidden research system. Science and Public Policy, v. 23, n. 5, p. 297-304, October 1996.
LUNDVALL, B-A. (Ed.), National Systems of Innovation: towards a theory of innovation and interactive learning. London: Pinter Publishers, 1992.
LUNDVALL, B-A.; JOHNSON, B.; ANDERSEN, E. S.; DALUM, B. National systems of production, innovation and competence building. Research Policy, 31, 213–231, 2002.
MALERBA, F. Sectoral systems of innovation and production. Research Policy, n. 31, p. 247-264, 2002.
MALERBA, F. Sectoral Systems of Innovation: concepts, issues and analyses of six major sectors in Europe. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.
MCKELVEY, M. Evolutionary innovation: the bussiness of biotechnology. Oxford: Oxford University Press, 1996.
MCKELVEY, M.; ORSENIGO, L.; PAMMOLLI, F. Pharmaceuticals analyzed through the lens of a sectoral innovation system. In.: MALERBA, F. Sectoral Systems of Innovation: concepts, issues and analyses of six major sectors in Europe. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.
MILANEZ, A. Y. Os fundos setoriais são instituições adequadas para promover o desenvolvimento industrial do Brasil? Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 14, n. 27, p.123-140, jun. 2007.
PAVITT, K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, n. 13, p. 343–373, 1984.
PHARMACEUTICAL RESEARCH AND MANUFACTURERS OF AMERICA (PhRMA). About the Biopharmaceutical Sector. Disponível em: http://www.phrma.org/issues/aboutbiopharmaceutical-sector Acesso em: 11 maio 2011.
PEREIRA, N. M. Fundos setoriais: avaliação das estratégias de implementação e gestão. Brasília: Ipea, 2005 (Texto para discussão, n. 1.136).
O conteúdo dos artigos e resenhas publicados na RBI são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.