Resumo
Este ensaio discute a composição do livro Os lados do círculo (2004), de Amilcar Bettega, em diálogo com a ideia de infinito e suas possibilidades poéticas. Levando em consideração o conceito do "ainda-não" como potencial utópico na cultura, conforme elaborado por Bloch (1959), e a ideia do "livro por vir", de Blanchot (1959), analiso o modo como, em sua configuração circular e, portanto, infinita, o livro de Bettega possui uma dimensão metaficcional.Referências
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