Banner Portal
Die autonomie des übersetzers – desconstruindo os pressupostos metafísicos de estudos tradicionais da tradução
PDF

Palavras-chave

Walter Benjamin. Jacques Derrida. Teoria da tradução.

Como Citar

SILVA, Rafael Guimarães Tavares da. Die autonomie des übersetzers – desconstruindo os pressupostos metafísicos de estudos tradicionais da tradução. Remate de Males, Campinas, SP, v. 38, n. 2, p. 827–852, 2018. DOI: 10.20396/remate.v38i2.8651771. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8651771. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Tomando como pilares de nossa argumentação alguns pontos fundamentais da teoria linguística de base pós-estruturalista (a partir de Jacques Derrida, Geoffrey Bennington e suas tradutoras para o português), o presente artigo busca questionar algumas “verdades” tradicionalmente aceitas na teoria e na prática da tradução (mesmo entre autores radicais, como Walter Benjamin e Henri Meschonnic, por exemplo). Criticando certas noções de “originalidade”, “literalidade”, “fidelidade” e outras afins àquilo que Derrida chamaria de uma “metafísica da presença”, empreendemos demonstrar de forma convincente a autonomia que é prerrogativa de todo tradutor, mesmo quando explicitamente a recusa. Não se trata, portanto, de uma tentativa de reivindicar maior autonomia para o ato de traduzir, mas de constatar uma situação de fato: todo tradutor é autor do texto que concebe. Nesse sentido, todo texto – quer ele seja “original”, quer ele seja uma tradução – é dotado de uma originalidade que o autoriza a ser traduzido subsequentemente (e de modo indefinido). Essa conclusão contraria um dos axiomas fundamentais do texto “Die Aufgabe des Übersetzers” (tradicionalmente traduzido como “A tarefa do tradutor” e que serve de prefácio às traduções de Benjamin aos “Tableaux parisiens” [Quadros parisienses] de Charles Baudelaire), qual seja, o de que uma tradução não pode ser novamente traduzida. Nossa argumentação culmina justamente na tradução do poema “Der Schwan”, de Benjamin, proposto como tradução do poema “Le cygne”, de Baudelaire: sugerindo que todo tradutor é autor do texto da tradução e entra, por isso, num jogo de assinaturas e contra-assinaturas, acreditamos demonstrar a originalidade do poema de Benjamin ao vertê-lo por sua vez ao português, abrindo assim todo um novo campo de investigações para a teoria e prática da tradução.
https://doi.org/10.20396/remate.v38i2.8651771
PDF

Referências

ARAÚJO, Nabil. De uma certa “consciência traduzante”... Tradução/Desconstrução – Entre Benjamin e Derrida. Revista de Letras, v. 49, n. 2, 2009, pp. 243-263. Disponível em: http://seer.fclar.unesp.br/letras/article/view/2051/1679. Acesso em: 9 jan. 2018.

BARCK, Karlheinz et al. A tarefa do tradutor. Por Walter Benjamin. In: BRANCO, Lúcia Castello (org.). A tarefa do tradutor, de Walter Benjamin: quatro traduções para o português. Belo Horizonte: Fale/UFMG, 2008, pp. 51-65. Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/vivavoz/data1/arquivos/atarefadotradutor-site.pdf. Acesso em: 9 set. 2017.

BARRETO, Júnia. Torres de Babel. Por Jacques Derrida. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

BENJAMIN, Walter. Tableaux parisiens – Charles Baudelaire: Deutsche Übertragung mit einem Vorwort über die Aufgabe des Übersetzers von Walter Benjamin. Heidelberg: Verlag von Richard Weissbach, 1923.

BENNINGTON, Geoffrey. Derridabase. In: DERRIDA, Jacques; BENNINGTON, Geoffrey. Jacques Derrida. Paris: Éditions du Seuil, 1991, pp. 7-292.

BORGES, Jorge Luis. La biblioteca de Babel. In: Ficciones. Madrid: Alianza Editorial Madrid, 1971a, pp. 89-100.

BORGES, Jorge Luis. Pierre Menard, autor del Quijote. In: Ficciones. Madrid: Alianza Editorial Madrid, 1971b, pp. 47-60.

BORGES, Jorge Luis. Las versiones homéricas. In: Obras completas I. Madrid/Barcelona: Emecé, 1996, pp. 239-243.

BRANDÃO, Jacyntho Lins. As belas infiéis: Luciano no salão de Monsieur d’Ablancourt. Palestra proferida durante a XII Semana de Pós-graduação em Estudos Clássicos e Medievais: “Reelaborações dos Clássicos”, na FALE/UFMG (Belo Horizonte), em 19 de novembro de 2013.

BRANDÃO, Jacyntho Lins. Os amigos da mentira. Por Luciano de Samósata. Texto traduzido e adaptado; ilustrações Luis Matuto. 1. ed. Belo Horizonte: Fino Traço, 2014.

CAMPOS, Haroldo. Da tradução como criação e como crítica. In: Transcriação. Org. Marcelo Tápia, Thelma Médici Nóbrega. 1. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013a, pp. 1-18.

CAMPOS, Haroldo. Para além do princípio da saudade. In: Transcriação. Org. Marcelo Tápia, Thelma Médici Nóbrega. 1. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013b, pp. 47-59.

CAMPOS, Haroldo. Paul Valéry e a poética da tradução. In: Transcriação. Org. Marcelo Tápia, Thelma Médici Nóbrega. 1. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013c, pp. 61-76.

CAMPOS, Haroldo. Texto literário e tradução. In: Transcriação. Org. Marcelo Tápia, Thelma Médici Nóbrega. 1. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013d, pp. 19-26.

CAMPOS, Haroldo. Tradução, ideologia e história. In: Transcriação. Org. Marcelo Tápia, Thelma Médici Nóbrega. 1. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013e, pp. 37-45.

DERRIDA, Jacques. Des tours de Babel. In: Psychés: Inventions de l’autre. Paris: Éditions Galilée, 1987, pp. 203-235.

DERRIDA, Jacques. Du droit à la philosophie. Paris: Éditions Galilée, 1990.

DERRIDA, Jacques. La voix et le phénomène: Introduction au problème du signe dans la phénoménologie de Husserl. 2. ed. Paris: Presses Universitaires de France, 1972.

FERREIRA, Jerusa Pires; FENERICH, Suely. Poética do traduzir. Por Henri Meschonnic. São Paulo: Perspectiva, 2010.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. História e narração em Walter Benjamin. São Paulo: Perspectiva, 2009.

HORKHEIMER, Max; ADORNO, Theodor. Dialektik der Aufklärung: Philosophische Fragmente. 21. Auflage. Frakfurt am Main: Fischer Taschenbuch Verlag, 2013.

LAGES, Susana Kampff. Walter Benjamin: tradução e melancolia. 1. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2007.

LAGES, Susana Kampff. A tarefa do tradutor. Por Walter Benjamin. In: GAGNEBIN, Jeanne Marie (org.). Escritos sobre mito e linguagem (1915-1921). Por Walter Benjamin. Trad. de Susana Kampff Lages e Ernani Chaves. 2. ed. São Paulo: Duas Cidades/Editora 34, 2013, pp. 101-119.

LORD, Albert. The Singer of Tales. New York: Atheneum, 1971.

MAGALHÃES, Lucy. A voz e o fenômeno: introdução ao problema do signo na Fenomenologia de Husserl. Por Jacques Derrida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.

MESCHONNIC, Henri. Poétique du traduire. Paris: Éditions Verdier, 1999.

PARRY, Milman. The Making of Homeric Verse: The Collected Papers of Milman Parry. Ed. Adam Parry. Oxford: Claredon Press, 1971.

RAULET, Gérard. L’atelier du traducteur. Benjamin et les Tableaux parisiens. Revue italienne d’Études Françaises, v. 4, 2014, pp. 2-8.

SKINNER, Anamaria. Derridabase. Por Geoffrey Bennington. In: SKINNER, Anamaria. Jacques Derrida. Por Geoffrey Bennington e Jacques Derrida. Rev. Márcio Gonçalves, Caio Mario Ribeiro de Meira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1996, pp. 11-217.

WEIL, Simone. L’Iliade ou le poème de la force. In: L’Iliade ou le poème de la force: et autres essais sur la guerre. Paris: Éditions Payot & Rivages, 2014, pp. 71-116.

Licença Creative Commons
O periódico Remate de Males utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.