Resumo
The Prelude (1850), do poeta inglês William Wordsworth, é considerado a primeira autobiografia em versos escrita na língua, porém, é mais que isso. Em sua composição mescla o gênero lírico e o épico, o ensaio filosófico e a autobiografia espiritual. Sua pluralidade genérica, assim, naturalmente suscita questões estruturais singulares, que propomos explorar neste artigo, pela perspectiva da narratologia. Desse modo, partimos das categorias de análise narrativa de Wayne C. Booth (1961) para investigar as conformidades, desvios e particularidades da narrativa do Prelude em relação a expectativas formais. Prosseguimos por seções, onde exploramos as categorias narratológicas de: 1) pessoa; 2) narrador, autor e personagem; 3) cena, sumário e comentário; 4) variações de distância. Concluímos que cada uma das categorias exploradas levanta questões particulares na obra, especialmente a interação entre autor, narrador, protagonista e autor implícito, quatro funções distintas e independentes que, em uma obra autobiográfica como The Prelude, respondem ao mesmo nome do autor histórico, e cuja relação é ainda mais complexificada em uma obra de tamanha diversidade genérica.
Referências
BOOTH, Wayne Clayson. (1961). The Rhetoric of Fiction. 2º Ed. Chicago: The University of Chicago Press, 1983.
WORDSWORTH, William. (1850). ‘The Prelude’. In: ______. The Collected Poems of William Wordsworth. Ware, Hertfordshire: Wordsworth Editions, 1995.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Licença Creative Commons