TY - JOUR AU - Grotto, Livia PY - 2018/06/07 Y2 - 2024/03/29 TI - A palavra própria: Borges e Reyes, tradutores JF - Remate de Males JA - Remate de Males VL - 38 IS - 1 SE - Artigos DO - 10.20396/remate.v38i1.8648772 UR - https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8648772 SP - 336-369 AB - Numa das entrevistas que concedeu a Osvaldo Ferrari nos anos 1980, Borges afirma que aquele que escreve uma boa página em castelhano tem, no mínimo, um dote literário, ao passo que o mérito seria da própria língua caso essa página estivesse escrita em francês ou em inglês. Estes últimos seriam “idiomas que están tan trabajados que ya casi funcionan solos”. Alfonso Reyes, num ensaio incluído no livro Calendario, de 1924, sugere que o espanhol americano poderia trilhar o caminho de um idioma, deixando de ser apenas um dialeto peninsular: “Me ocurre pensar que esta desviación dialectal puede servirnos de índice para ir construyendo una teoría de nuestra sensibilidad diferente, americana, y hasta – en mi caso – mexicana”. Amelia Barili e outros pesquisadores mostraram a proximidade dos dois escritores, sobretudo no que se refere à construção de uma identidade nacional dentro do âmbito literário. Este artigo pretende se manter nessa via comparativa e de reflexão sobre o que Reyes chamou de “palavra própria”, mas a partir da perspectiva que ambos têm da tradução literária. Reyes se manifestou a esse respeito em vários de seus ensaios, embora tenha dedicado apenas um deles ao tema, elaborado em 1931 e intitulado “De la traducción”. No mesmo período, Borges dedicou-se ao tema da tradução em ensaios como “Las dos maneras de traducir” e “Los traductores de Las mil y una noches”. ER -