TY - JOUR AU - Ferraz, Paulo Procopio PY - 2019/09/12 Y2 - 2024/03/28 TI - As metalinguagens de Roland Barthes JF - Remate de Males JA - Remate de Males VL - 39 IS - 2 SE - Dossiê DO - 10.20396/remate.v39i2.8655756 UR - https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8655756 SP - 849-866 AB - <p>Quando a palavra “metalinguagem” foi criada, o prefixo “meta” adquiriu a conotação de “sobre”: a metalinguagem é aquilo que está <em>sobre </em>a língua. Em <em>Mitologias</em>, de Barthes, o mito aparece como uma metalinguagem: ele captura uma linguagem-objeto e instala sobre ela o seu próprio significado ideológico. Mas a metalinguagem também é empregada pelo intelectual que analisa o mito. O intelectual é um excluído: sua atitude crítica o condena a ficar à margem da linguagem da sociedade. Esse problema da exclusão aparecerá em toda a sua obra, mas será particularmente importante em <em>Discours amoureux</em>. Nos seminários de preparação do livro <em>Fragmentos de um discurso amoroso</em>, a metalinguagem é a responsável para exclusão do <em>pathos </em>amoroso. Para contornar o problema, o autor desenvolve um sofisticado aparelho teórico. Essa teoria desaparecerá no livro: o surgimento do pronome “eu” resolve, aparentemente, a questão. Ao fazê-lo, contudo, Barthes transfere a responsabilidade da metalinguagem para o seu leitor. Ao lermos as flutuações dos sentidos que ele confere à metalinguagem, percebemos que seus textos oferecem modos diferentes de ver as relações das metalinguagens com suas linguagens-objetos.</p> ER -