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Enunciações e corpos que importam
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Palavras-chave

Enunciação
Corpo
Clarice Lispector
Análise do discurso
Judith Butler.

Como Citar

BIZIAK, Jacob dos Santos. Enunciações e corpos que importam: uma leitura de Clarice Lispector. Resgate: Revista Interdisciplinar de Cultura, Campinas, SP, v. 27, n. 1, p. 173–190, 2019. DOI: 10.20396/resgate.v27i1.8654913. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/resgate/article/view/8654913. Acesso em: 30 abr. 2025.

Resumo

Este artigo propõe uma leitura de A hora da estrela, de Clarice Lispector, a partir, principalmente, do conceito de enunciação para a análise do discurso, orientada pelas obras de Michel Pêcheux e Eduardo Guimarães. Entendendo a enunciação com base em um sujeito discursivo e não em um empírico que transmitiria uma experiência sua, compreendemos que ela funciona afetada pela ideologia e pela história. Sendo assim, a enunciação, como prática discursiva, não estabelece relação direta com “a realidade”, ainda que funcione como se fosse transparente. Problematizando esta ilusão referencial que afeta o sujeito e a enunciação, analisamos a novela de Lispector para continuarmos pensando o político, que faz funcionar a linguagem – portanto, o simbólico – na narrativa, pensando como o corpo da personagem central, Macabéa, é elaborado pelo enunciador em relação ao espaço urbano e ao imaginário social nos procedimentos de significação.

https://doi.org/10.20396/resgate.v27i1.8654913
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