Resumo
Festas populares são manifestações que expressam identidade, envolvendo diversos atores sociais em uma estrutura complexa de governança. Apesar de recentes e pouco consolidadas, as pesquisas sobre gestão de festas populares indicam a necessidade de um sistema de governança adaptado a esse contexto. O objetivo deste artigo é desenvolver um sistema de gestão para festas populares baseado na governança colaborativa e na identidade cultural. A metodologia de pesquisa é de natureza indutiva e exploratória, fundamentada em documentos e entrevistas. Os resultados configuram a TGPop (Tecnologia de Governança de Festas Populares), constituída de fases (preparação, estratégia, execução e avaliação) e dimensões (colaboração, identidade cultural e conflito). Os resultados contribuem para repensar a teorização e a prática de gestão de festas populares.
Referências
AMARAL, Rita de Cássia de Mello. Festa à Brasileira: significados do festejar, no país que “não é sério”. 1998. Tese (Doutorado em Antropologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.
ANSELL, Chris. Collaborative Governance. In: LEVI-FAUR, David (Ed.). Oxford Handbook of Governance. New York: Oxford University Press, 2012. p. 498-511.
ANSELL, Chris.; GASH, Alison. Collaborative Governance in Theory and Practice. Journal of Public Administration Research and Theory, Oxford, v. 18, n. 4, p. 543-571, 2008. Disponível em: https://doi.org/10.1093/jopart/mum032. Acesso em: 28 jun. 2023.
AYALA, Marcos; AYALA, Maria Ignez Novais. Cultura popular no Brasil: perspectiva de análise. São Paulo: Editora Ática, 2002.
BODIN, Orjan. Collaborative environmental governance: achieving collective action in socialecological systems. Science, Washington, v. 357, n. 6352, p. 659-668, ago. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1126/science.aan1114. Acesso em: 28 jun. 2023.
CABRAL, Sandro; KRANE, Dale; DANTAS, Fagner. A dança dos blocos, empresários, políticos e técnicos: condicionantes da dinâmica de colaboração interorganizacional do carnaval de Salvador. Organizações & Sociedade, Salvador, v. 20, n. 64, p. 145-163, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1984-92302013000100010. Acesso em: 28 jun. 2023.
CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro; GONÇALVES, José Reginaldo Santos (Orgs.). As festas e os dias: ritos e sociabilidades festivas. Rio de Janeiro: Contracapa, 2008.
CEREZUELA, David Rosselló. Planejamento e avaliação de projetos culturais: da ideia à ação. São Paulo: Edições SESC, 2015.
CONNICK, Sarah; INNES, Judith. Outcomes of collaborative water policy making: applying complexity thinking to evaluation. Journal of Environmental Planning and Management, Londres, v. 46, n. 2, p. 177-97, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.1080/0964056032000070987. Acesso em: 28 jun. 2023.
DANTAS, Marcelo; SANTOS, Fabiana Pimentel; DAVEL, Eduardo Paes Barreto. Identidade Cultural de Territórios como Política de Gestão. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 11., 2016, Sauípe. Anais [...], Sauípe: ENANPAD, 2016. p. 1-17.
DANTAS, Marcelo; DAVEL, Eduardo. Festas Populares na Bahia: Gestão e Dinâmica Identitária. PragMATIZES - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura, Bahia, v. 9, n. 17, p. 203-224, abr./set. 2019. Disponível em: https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v9i17.28284. Acesso em: 28 jun. 2023.
DU GAY, Paul; EVANS, Jessica; REDMAN, Peter (Eds.). Identity: a reader. London: Sage Publications, 2000.
DUVIGNAUD, Jean. The Festive Spirit. In: UNESCO. The UNESCO Courier, [S. l.], p. 11-15, dez. 1989. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000084404. Acesso em: 28 jun. 2023.
FUTRELL, Robert. Technical adversarialism and participatory collaboration in the U. S. chemical weapons disposal program. Science, Technology & Human Values, Califórnia, v. 28, n. 4, p. 451-482, 2003. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1177/0162243903252762. Acesso em: 28 jun. 2023.
GASH, Alison. Collaborative Governance. In: ANSELL, Christopher; TORFING, Jacob (Eds.). Handbook on Theories of Governance. Northampton: Edward Elgar Publishing, 2016. p. 468-481.
GUARINELLO, Norberto Luiz. Festa, trabalho e cotidiano. In: JANCSÓ, István; KANTOR, Iris (Orgs.). Festa: cultura e sociabilidade na América Portuguesa. São Paulo: EDUSP/FAPESB/Imprensa Oficial, 2001. p. 969-975. (Coleção Estante USP – Brasil 500 anos, v. 2).
GUEST, Greg; MACQUEEN, Kathleen; NAMEY, Emily. Applied Thematic Analysis. Los Angeles: Sage, 2012.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
HOLLAND, Dorothy; LACHICOTTE, William; SKINNER, Debra; CAIN, Carole. Identity and agency in cultural worlds. Cambridge: Harvard University Press, 1998.
JUNGERS ABIB, Pedro Rodolpho. Cultura Popular e Contemporaneidade. Patrimônio e Memória, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 102-122, jul./dez. 2015.
MIGUEZ, Paulo. A festa: inflexões e desafios contemporâneos. In: RUBIM, Linda; MIRANDA, Nadja (Orgs.). Estudos da festa. Salvador: EDUFBA, 2012. p. 205-216.
PADILLA, Yolanda; DAIGLE, Lesley. Inter-agency collaboration in an international setting. Administration in Social Work, Londres, v. 22, n. 1, p. 65-81, 1998. Disponível em: https://doi.org/10.1300/J147v22n01_05. Acesso em: 28 jun. 2023.
RIBEIRO, Cleodes Maria Piazza Julio. Festa e identidade: como se fez a festa da uva. Caxias do Sul: EDUCS, 2002.
SANTANA, Mariely Cabral de. Alma e festa de uma cidade: devoção e construção da colina do Bonfim. Salvador: EDUFBA, 2011.
SANT'ANNA, Márcia. A festa como patrimônio cultural: problemas e dilemas da salvaguarda. Revista Observatório Itaú Cultural, São Paulo, v. 14, p. 21-30, maio 2013.
SAQUET, Marcos Aurélio; BRISKIEVICZ, Michele. Territorialidade e identidade: um patrimônio no desenvolvimento territorial. Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, v. 1, n. 31, p. 3-16, 2009. Disponível em: https://revista.fct.unesp.br/index.php/cpg/article/view/7437. Acesso em: 28 jun. 2023.
SATORRE, Cristina Pou. O uso de indicadores em pesquisa no setor cultural: o salto da estatística para a desconstrução do discurso. Revista Observatório Itaú Cultural, São Paulo, n. 4, p. 33-38, jan./mar. 2008. Disponível em: https://www.itaucultural.org.br/secoes/observatorio-itau-cultural/reflexoes-indicadores-culturais?title=Revista%20Observat%C3%B3rio%204%20|%20Reflex%C3%B5es%20sobre%20indicadores%20culturais. Acesso em: 28 jun. 2023.
SILVA, Tomaz Tadeu da; HALL, Stuart; WOODWARD, Kathryn (Orgs.). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petropólis: Editora Vozes, 2014.
WALTER, Uta; PETR, Christopher. A template for family centered interagency collaboration. Families in Society: The Journal of Contemporary Human Services, Londres, v. 81, n. 5, p. 494-503, 2000. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1606/1044-3894.1051. Acesso: 28 jun. 2023.
WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu da; WALL, Stuart; WOODWARD, Kathryn (Orgs.) Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis: Editora Vozes, 2014. p. 7-68.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Resgate: Revista Interdisciplinar de Cultura