A psicanálise ante o presentismo neoliberal: indicações a partir de Freud

Resumo

Este artigo pretende salientar o contraste entre o presentismo que vem tomando as abordagens terapêuticas dominantes e a psicanálise. O intuito é inquirir em que medida a psicanálise pode nos ser de auxílio ante os desafios impostos pela racionalidade neoliberal. Para tanto, o texto recupera, primeiramente, os traços e a constituição do que se pode chamar de presentismo neoliberal. Em seguida, procura reconstituir brevemente a maneira como esse presentismo veio a tomar forma naquelas abordagens terapêuticas desde a mudança de orientação apresentada a partir da terceira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III). Num terceiro momento, salienta-se como Freud, em contrapartida, introduziu história e narração numa clínica até então pautada pela instantaneidade e pelo olhar.