Resumo
O artigo discute a importância de Quarup (1967), de Antonio Callado, tomado como romance representativo das contradições presentes na sociedade brasileira na década de 1960, sobretudo a partir do golpe de 1964. Além de situar os traços fundamentais de Quarup, o texto propõe sua articulação com outros romances do autor sobre a ditadura: Bar Don Juan (1971), Reflexos do baile (1976) e Sempreviva (1981). Tal articulação permite compreender o final do romance de 1967 como um sinal de diminuição da expectativa de revolução. Por outro lado, se enfatizarmos exclusivamente o contexto da década de 1960, Quarup pode ser lido como índice da necessária radicalização política diante do horizonte de encurtamento das possibilidades de transformações democráticas.
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