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Caminhar e desvelar paisagens
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Palavras-chave

Paisagem
Horizonte
Caminhar
Revelação poética.

Como Citar

CABRAL, Arthur Simões Caetano; BARTALINI, Vladimir. Caminhar e desvelar paisagens. RUA, Campinas, SP, v. 25, n. 1, 2019. DOI: 10.20396/rua.v25i1.8654443. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/article/view/8654443. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Muito mais do que extensão do território que se abrange com um lance de vista, a paisagem é presença que se revela pelo caminhar. E não se revela cabalmente ou por completo, não só porque a todo visível corresponde um invisível, mas também porque a completude transformaria a paisagem em mero objeto destituído de horizontes, ou seja, de possibilidades e de mistério. Assume-se aqui que a riqueza de sentidos da paisagem não se limita à sua excepcionalidade, mas é extensiva às situações banais, e que o desvelamento poético é o modo de trazer a paisagem à presença sem destruir o seu segredo. Para dar tratos ao assunto, o presente artigo toma por referências reflexões tanto de pensadores (alguns dos quais pensadores da paisagem) quanto de poetas, e apóia-se no conto O recado do morro, de Guimarães Rosa, para elaborar a relação entre a paisagem, o caminhar e a revelação poética.

https://doi.org/10.20396/rua.v25i1.8654443
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Referências

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