Banner Portal
Consumo de frutose e impacto na saúde humana
PDF

Palavras-chave

Frutose. Alimentos industrializados. Doenças crônicas. Segurança alimentar e nutricionalu.

Como Citar

GAINO, Natalia Moreno; SILVA, Marina Vieira da. Consumo de frutose e impacto na saúde humana. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, SP, v. 18, n. 2, p. 88–98, 2015. DOI: 10.20396/san.v18i2.8634681. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/8634681. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

Determinados açúcares de adição dos alimentos industrializados são alvos de estudos que relacionam o seu consumo excessivo com o aumento da obesidade e comorbidades associadas como o diabetes, câncer, dislipidemia e aterosclerose. A identificação da quantidade dessa modalidade de açúcares na composição dos alimentos e impacto na saúde humana decorrentes do consumo excessivo constituem informações fundamentais para a promoção da saúde e da segurança alimentar e nutricional. A frutose é comumente encontrada como um componente natural em determinados alimentos ou como um ingrediente adicional (como a sacarose e xarope de milho rico em frutose). O consumo de frutose aumentou drasticamente nas últimas 4 décadas, devido ao seu uso generalizado em muitos alimentos e bebidas (frutas enlatadas, geleias, doces em pasta, bolos, pudins, tabletes, pó para bebidas, refrigerantes). Pesquisas sobre o excesso de peso vêm sugerindo que o alto consumo de frutose poderia estar relacionado ao desenvolvimento da síndrome metabólica. Acervos de estudos consideram que a ingestão elevada de frutose pode induzir a alterações do metabolismo, como o aumento de triglicérides, resistência insulínica e esteatose hepática. Porém, esses resultados não são conclusivos. Pesquisas envolvendo intervenções de longo prazo e nas quais sejam empregadas quantidades de açúcares normalmente ingeridas pelos indivíduos são necessárias e podem preencher a lacuna de informações sobre o tema. Políticas públicas poderiam contribuir para a definição e monitoramento visando limitar o consumo dos alimentos ricos em açúcares de adição. Para a população devem ser fornecidos subsídios para que realizem escolhas alimentares mais saudáveis, o que contribuiria para o alcance da segurança alimentar e nutricional.

https://doi.org/10.20396/san.v18i2.8634681
PDF

Referências

Food and Agriculture Organization/World Health Organization. Fruit and vegetables for health: Report of a Joint FAO/WHO Workshop, 1-3 September, 2004, Kobe, Japan. Geneva; 2005. 39 p.

. World Health Organization. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. Geneva, 2003. 160 p. (WHO. Technical Report Series, 916).

. Murphy SP, Johnson RK. The scientific basis of recent US guidance on sugars intake. Am J Clin Nutr. 2003;78(4):827-

.

. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: aquisição alimentar domiciliar per capita – Brasil e grandes regiões. Rio de Janeiro: IBGE; 2010.

. Levy-Costa RB, Sichieri R, Pontes NS, Monteiro CA. Disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil: distribuição e evolução (1974-2003). Rev Saúde Públ. 2005;39(4):530-40.

. Rinaldi ERA, Pereira AF, Macedo CS, Mota JF, Burini RC. Contribuições das práticas alimentares e inatividade física para o excesso de peso infantil. Rev Paul Pediatr. 2008;26(3):271-77.

. Brand-Miller JC, Foster-Powell E, Colagiuri F. A nova revolução da glicose. Rio de Janeiro: Editora Campus; 2003.

. Lewis CJ, Park YK, Dexter PD, Yetley EA. Nutrient intake and body weights of persons consuming high and moderate level of added sugars. J Am DietAssoc. 1992;92(6):708-13.

. Boowman S. Diet of individuals based on energy intakes from added sugars. US Department of Agriculture, Center for Nutrition Policy and Promotion. Fam Econ Nutr Rev. 1999;12:31-8.

. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. 210 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos).

. United States Department of Agriculture and U. S. Department of Health and Human Service. Dietary Guidelines for Americas; 2005. 6th Edition. 84 p.

. Angelis K, Schaan BA, Rodrigues B, Malfitano C, Irigoyen MC. Disfunção autonômica cardiovascular no diabetes mellitus experimental. Arq Bras Endocrinol Metab. 2007;51(2):185-94.

. Dutra-de-Oliveira JE, Marchini JS. Ciências Nutricionais. São Paulo: Sarvier; 2008.

. Barreiros RC, Bossolan G, Trindade CEP. Frutose em humanos: efeitos metabólicos, utilização clínica e erros inatos associados. Rev Nutr. 2005;18(3):377-89.

. Ferreira VF, Rocha DR. Potencialidades e oportunidades na química da sacarose e outros açúcares. Quím Nova. 2009;32(3):623-38.

. Guthrie J, Morton JF. Food sources of added sweeteners in the diets of Americans. J Am Diet Assoc. 2000;100(1):43-5.

. Institute of Medicine. Dietary reference intakes for energy, carbohydrates, fiber, fat, protein and amino acids (macronutrients).Washington: National Academy Press, 2002.

. Tappy L, Le K. Metabolic effects of fructose and the worldwide increase in obesity. Physiol Rev. 2010;90(1):23-46.

. Steyn NP, Myburgh NG, Nel JH. Evidence to support a food-based dietary guideline on sugar consumption in South Africa. Bull Word Health Organ. 2003;81(8):599-608.

. Thompson FE, Mcneel TS, Dowling EC, Midthune D, Morrissette M, Zeruto CA. Interrelationships of added sugars intake, socioeconomic status, and race/ethnicity in adults in the United States: National Health Interview Survey, 2005. J Am Diet Assoc. 2009;109(8):1376-83.

. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Rio de Janeiro, 2009 [acesso em 11 nov 2011]. Disponível em: http://portal. saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/livro_pense.pdf

. Carmo MB, Toral N, Silva MV, Slater B. Consumo de doces, refrigerantes e bebidas com adição de açúcar entre adolescentes da rede pública de ensino de Piracicaba, São Paulo. Rev Bras Epidemiol. 2006;9(1):121-30.

. Ferreira MG, Silva NF, Schmidt FD, Silva RMVG, Sichieri R, Guimarães LV et al. Desenvolvimento de questionário de frequência alimentar para adultos em amostra de base populacional de Cuiabá, Região Centro-Oeste do Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2010;13(3):413-24.

. Cimadon HMS, Geremia R, Pellanda LC. Hábitos alimentares e fatores de risco para aterosclerose em estudantes de Bento Gonçalves (RS). Arq Bras Cardiol. 2010;95(2):166-72.

. Bezerra IN, Sichieri R. Características e gastos com alimentação fora do domicílio no Brasil. Rev Saúde Públ. 2010;44(2):221-29.

. Teff KL, Grudziak J, Townsend RR, Dunn TN, Grant RW, Adams SH et al. Endocrine and metabolic effects of consuming fructose and glucose-Sweetened beverages with meals in obese men and women: influence of insulin resistance on plasma triglyceride responses. J Clin Endocrinol Metab. 2009;94(5):1562-69.

. Silvestre R. O argumento para a inclusão de uma dieta com baixos valores de hidratos de carbono no tratamento e prevenção da síndrome metabólica. Revista Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo. 2008;3(1):59-72.

. Stephan BCM, Wells JCK, Brayne C, Albanese E, Siervo M. Increased fructose intake as a risk factor for dementia. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2010;65(8):809-14.

. Johnson RJ, Murray R. Fructose, exercise and health. Curr Sports Med Rep. 2010;9(4):253-58.

. Tappy L, Le KA, Tran C, Paquot N. Fructose and metabolic diseases: new findings, new questions. Nutrition. 2010; 26(11):1044-49.

. Perez-Pozo SE, Schold J, Nakagawa T, Sanchez-Lozada LG, Johnson RJ, Lillo L. Excessive fructose intake induces the features of metabolic syndrome in healthy adult men: role of uric acid in the hypertensive response. Int J Obes. 2010; 34(3):454-61.

. Bray GA, Nielsen SJ, Popkin BM. Consumption of highfructose corn syrup in beverages may play a role in the epidemic of obesity. Am J Clin Nutr. 2004;79(4):537-43.

. Sartorelli DS, Franco LJ, Gimeno SGA, Ferreira SRG, Cardoso MA. Dietary fructose, fruits, fruit juices and glucose tolerance status in Japanesee-Brazilians. Nutr Metab Cardiovasc Dis. 2009;19(2):77-83.

. Stanhope KL, Havel PJ. Fructose consumption: recent results and their potential implications. Ann N Y Acad Sci. 2010; 1190:15-24.

. Spruss A, Bergheim I. Dietary fructose and intestinal barrier: potential risk factor in the pathogenesis of nonalcoholic fatty liver disease. J Nutr Biochem. 2009;20(9):657-62.

. Bomback AS, Derebail VK, Shoham DA, Anderson CA, Steffen LM, Rosamond WD. Sugar-sweetened soda consumption, hyperuricemia, and kidney disease. Kidney Int. 2010;77(7):609-16.

. Douard V, Asgerally A, Sabbagh Y, Sugiura S, Shapses SA, Casirola D et al. Dietary fructose inhibits intestinal calcium absorption and induces vitamin D insufficiency in CKD. J Am Soc Nephrol. 2010;21(2):261-71.

. Dhingra R, Sullivan L, Jacques PF, Wang TJ, Fox CS, Meigs JB et al. Soft drink consumption and risk of developing cardiometabolic risk factors and the metabolic syndrome in middle-aged adults in the community. Circulation. 2007;116(5):480-88.

. Fung TT, Malik V, Rexrode KM, Manson JE, Willett WC, Hu FB. Sweetened beverage consumption and risk of coronary heart disease in women. Am J Clin Nutr. 2009;89(4):1037-42.

. Bray GA. Fructose: should we worry? Int J Obes. 2008;32(Suppl. 7):127-31.

. Rizkalla SW. Health implications of fructose consumption: a review of recent data. Nutr Metab. 2010; 7(82):1-17.

. Dolan LC, Potter SM, Burdock GA. Evidence-based review on the effect of normal dietary consumption of fructose on blood lipids and body weight of overweight and obese individuals. Crit Rev Food Sci Nutr. 2010;50(10):889-918.

. Johnson RK, Appel LJ, Brands M, Howard BV, Lefevre M, Lustig RH et al. Dietary sugars intake and cardiovascular health: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2009;120(11):1011-20.

. Lichtenstein AH, Appel LJ, Brands M, Carnethon M, Daniels S, Franch HA et al. Diet and lifestyle recommendations revision 2006: a scientific statement from the American Heart Association Nutrition Committee. Circulation. 2006;114(1):82-96.

A revista Segurança Alimentar e Nutricional utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.