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Impactos da Precarização do Trabalho na Segurança Alimentar e Nutricional: contribuições para o debate sobre saúde e alimentação de trabalhadores terceirizados em Unidades de Alimentação e Nutrição
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Palavras-chave

Segurança Alimentar e Nutricional. Saúde do Trabalhador. Serviços Terceirizados.

Como Citar

TAVARES, Ariana Oliveira; FERREIRA, Aldo Pacheco; MOREIRA, Maria de Fátima Ramos. Impactos da Precarização do Trabalho na Segurança Alimentar e Nutricional: contribuições para o debate sobre saúde e alimentação de trabalhadores terceirizados em Unidades de Alimentação e Nutrição. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, SP, v. 25, n. 2, p. 12–28, 2018. DOI: 10.20396/san.v25i2.8652385. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/8652385. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

No Brasil, a garantia da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) ainda é um desafio, sobretudo para grupos populacionais mais vulneráveis, dentre os quais, os trabalhadores com rendimentos até cinco salários mínimos. Mudanças no mundo do trabalho, desde os anos 90, alinhadas à precarização do trabalho, com destaque para jornadas laborais flexíveis e baixos salários, desafiam a promoção da saúde dos trabalhadores, como, por exemplo, assegurar uma alimentação saudável e adequada. Assim, objetivou-se analisar a relação entre processo de trabalho e SAN de trabalhadores terceirizados em uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN). Foi realizado um estudo qualitativo em UAN de uma Instituição Pública Federal de Ensino Superior, onde a observação participante e a entrevista semiestruturada foram empregadas para compreender a tríade trabalho, saúde e alimentação. A organização da produção de refeições na UAN apontou para a intensificação do ritmo de trabalho; para fragmentação do coletivo de trabalhadores; e para prejuízos à saúde dos trabalhadores de ordem física e psíquica. Ficou sinalizado que, na atualidade, no contexto de precarização no mundo do trabalho, as correlações de força desfavoráveis à classe trabalhadora submetem os trabalhadores a uma carga de doenças progressiva e a instabilidade na garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada.

https://doi.org/10.20396/san.v25i2.8652385
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