Resumo
O objetivo deste artigo é analisar o discurso utilitarista sobre a aprendizagem da língua espanhola veiculado no texto Acuerdo cerrado, publicado em TAM nas Nuvens, revista de bordo da companhia aérea TAM. Os resultados da análise apontam para, basicamente, dois pré-construídos que parecem ancorar esse discurso utilitarista – a valorização da temporada no exterior como a melhor opção para acelerar o aprendizado do idioma e a suposta facilidade para aprender espanhol. Deste nosso ponto de vista, problematizar esse discurso utilitarista se torna imprescindível, já que este parece apenas (re)produzir práticas pedagógicas anacrônicas e pouco efetivas.
ABSTRACT
This paper provides an analysis of the utilitarian discourse about learning Spanish as a foreign language in the text Acuerdo cerrado, which was published by TAM nas Nuvens, the on-board magazine of the airline TAM. The results of the analysis suggest two preconceptions that seem to support that discourse: the value of the time spent in a foreign country as the best option to accelerate the learning of a foreign language and the supposed easy talk involved in learning Spanish. From our point of view, questioning this utilitarian discourse is essential because it seems to (re)produce outmoded and non-effective pedagogical practices.
Keywords: media; learning Spanish as a foreign language; utilitarian discourse.
Referências
COSTA, C. (2012). Acuerdo cerrado – temporadas em países próximos são ideais para acelerar o aprendizado do espanhol e definir novos passos na carreira. TAM nas Nuvens, ano 5, n. 55, pp. 178-179.
COX, M. I. P. (1997). A hora e a vez do espanhol... Revista de Educação Pública, v. 6, n. 10.
DEL VALLE, J. (2007). La lengua, patria común: la hispanofonía y el nacionalismo panhispánico.
In: DEL VALLE, J. (ed.) La lengua, patria común? – ideas e ideologías del español.
Madri/Frankfurt am Main: Iberoamericana/Vervuert, pp. 31-56.
KELLNER, D. (2001). A cultura da mídia – estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. Bauru: EDUSC.
LAGARES, X. C. (2010). A ideologia do panhispanismo e o ensino do espanhol no Brasil.
Políticas Lingüísticas, n. 2, v. 2, pp. 85-110.
MOITA LOPES, L. P. (1996). Oficina de linguística aplicada – a natureza social e educacional dos processos de ensino-aprendizagem de línguas. Campinas: Mercado de Letras.
PARAQUETT, M. (2009). O papel que cumprimos os professores de espanhol como língua estrangeira (E/LE) no Brasil. Cadernos de Letras da UFF, n. 38, pp. 123-137.
_______. (2012). A língua espanhola e a linguística aplicada no Brasil. Abehache, ano 2, n. 2, pp. 225-239.
PÊCHEUX, M. (2010). Semântica e discurso – uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas: Editora da Unicamp.
VILLA, L.; DEL VALLE, J. (2008). ¡Oye!: língua e negócio entre o Brasil e a Espanha. São Leopoldo: Calidoscópio, v. 6, n. 1, pp. 45-55.
O periódico Trabalhos em Linguística Aplicada utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto, em que:
- A publicação se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores;
- Os originais não serão devolvidos aos autores;
- Os autores mantêm os direitos totais sobre seus trabalhos publicados na Trabalhos de Linguística Aplicada, ficando sua reimpressão total ou parcial, depósito ou republicação sujeita à indicação de primeira publicação na revista, por meio da licença CC-BY;
- Deve ser consignada a fonte de publicação original;
- As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.