Banner Portal
Competência interacional: critério para avaliação da produção oral em língua adicional
Remoto

Palavras-chave

Avaliação. Competência interacional. Língua adicional

Como Citar

NIEDERAUER, Marcia. Competência interacional: critério para avaliação da produção oral em língua adicional. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 53, n. 2, p. 403–424, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8645433. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Este texto aborda um dos critérios adotados na Parte Oral do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras): a competência interacional, mais especificamente o uso de estratégias comunicativas. Para tanto, partindo-se de estudos realizados por Fulcher (2003), Luoma (2005) e McNamara (1997), sobre avaliação da produção e compreensão oral em língua adicional, por Young (2000a, 2000b), sobre competência interacional, e por Dörnyei e Scott (1997), sobre estratégias comunicativas, é analisado um dos aspectos que caracterizam, conforme a Ficha de Avaliação da interação face a face utilizada pelo avaliador-observador do Exame, a competência. Com base na análise dos dados e nas discussões empreendidas a partir dos estudos com os quais este texto dialoga, o artigo conclui que a forma como essas estratégias são operacionalizadas na grade de avaliação em questão e as orientações disponibilizadas no Manual do Avaliador do Celpe-Bras e no Guia do Examinando – Versão Eletrônica Simplificada não permitem que se aproveite a capacidade avaliativa que tais recursos interacionais oferecem. Além disso, a análise revelou algumas inconsistências em relação ao que se espera nos diferentes níveis de proficiência em termos de uso e de necessidade de uso de estratégias comunicativas durante a entrevista para avaliação da proficiência oral nesse Exame

ABSTRACT

This paper discusses one of the criteria adopted in face to face interaction of Celpe-Bras Exam, the interactional competence, more specifically, one of the characteristic of this competence: the use of communication strategies. For this purpose, I analyze the grade scheme of face to face interaction - examiner - (2013 /2), taking into account the studies by Fulcher (2003), Luoma (2005), and McNamara (1997), about speaking and listening assessment, by Young (2000a, 2000b), about interactional competence, and by Dörnyei and Scott (1997), about communication strategies in additional language. Based on the discussions undertaken from such studies and on the data analysis, this paper concludes that the way these strategies are operationalized in this grade scheme and in the guidelines for providing information to examiners and to candidates of Celpe-Bras do not allow to availing the evaluative capacity that such interactional resources offer. Furthermore, the analysis has shown some inconsistencies concerning to what is expected at different levels of proficiency in terms of need and use of communication strategies during the interview for the assessment of oral proficiency.

Keywords: language assessment; interactional competence; additional language.

Remoto

Referências

BRASIL. (2006). Manual do Aplicador do Exame Celpe-Bras. Brasília, Secretaria de Educação Superior (Sesu), Ministério da Educação (MEC).

BRASIL. (2013). Guia do Examinando – Versão Eletrônica Simplificada – Celpe-Bras. Brasília, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Ministério da Educação (MEC). Disponível em:http://download.inep.gov.br/outras_acoes/celpe_ bras/manual/2012/manual_examinando_celpebras.pdf Acesso em: 9 set. 2013.

BROWN, A, (2003). Interviewer variation and the co-construction of speaking proficiency.

Language Testing, v. 20, no 1, pp. 1–25.

CHAPELLE, C. A. (1999). Validity in language assessment. Annual Review of Applied Linguistics, v.19, pp. 254-272.

DÖRNYEI, Z.; SCOTT, M. L. (1997).Communication strategies in a second language: definitions and taxonomies. Language learning. pp. 173-210, mar.

ELLIS, R. (2000).The study of second language acquisition. 17a imp. Oxford University Press.

FULCHER, G. (2003).Testing second language speaking. London: Longman.

FURTOSO, V. B. (2011). Avaliação de proficiência em português para falantes de outras línguas: relação com ensino e aprendizagem. In: MENDES, E. (Org.) Diálogos interculturais: ensino e formação em português língua estrangeira. Campinas. pp. 207-236.

KRAMSCH, C. (2004). Language, thought, and culture. In: DAVIS, A. e ELDER, C.

(Edits.) The handbook of Applied Linguistics. Blackwell Publishing. pp. 235-261.

LUOMA, S. (2005).Assessing speaking. Cambridge: Cambridge University Press.

LYNCH, T. (1996).Communication in the language classroom. London: Oxford University Press.

MAHER, T. M. (2007). Do casulo ao movimento: a suspensão das certezas na educação bilíngüe e intercultural. In: Cavalcanti, M. C.; Bortoni-Ricardo, S. M. (orgs.). Transculturalidade, linguagem e educação. 67-94. Campinas, SP: Mercado de Letras.

MCNAMARA, T. F. (1997). ‘Interaction’ in second language performance assessment: whose performance? Applied Linguistics, v. 18, no 4, pp. 446-466, dec.

MCNAMARA, T. F.; ROEVER, C. (2006). Language testing: the social dimensions.

International Journal of Applied Linguistics, v. 16, no 2, pp. 242-258.

SAKAMORI, L. (2006). A atuação do entrevistador na interação face a face do exame Celpe-Bras.

Campinas. 190 p. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada). Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade de Campinas.

SANTOS, P. C.; NIEDERAUER, M.(2004). Estratégias comunicativas de falantes de português como L2 em interações não-espontâneas. In:1 o Encontro de português língua estrangeira do Rio de Janeiro, 2004, Rio de Janeiro, Anais do 1o Encontro de português língua estrangeira do RJ, Rio de Janeiro: PUC-RJ.

SCARAMUCCI, M. V. R. (2000). Proficiência em LE: considerações terminológicas e conceituais. Trabalhos de Linguística Aplicada, no 36, pp.11-22.

SCARAMUCCI, M. V. R. (2009). Avaliação da leitura em inglês como língua estrangeira e validade de construto. Calidoscópio. São Leopoldo/RS. v. 7, no 1, pp. 30-48, jan./ abr. Disponível em: http://www.unisinos.br/publicacoes_cientificas/images/stories/ pdfs_calidoscopio/Vol7n1/art04_scaramucci.pdf Acesso em: 20 de ago. 2011.

SILVA, T. T. (2006). O currículo como fetiche: a poética e política do texto curricular. 3a reimp. Belo Horizonte, MG: Autêntica.

TARONE, E, (2007). Sociolinguistic approaches to second language acquisition: research – 1997-2007. The modern language journal, v. 91, pp. 837-848.

TSUI, A. B. M. (1995). Classroom interaction. London: Penguin.

YOUNG, R. (2000a) Sociolinguística de la adquisición de segundas lenguas. In: PRESTON, D. R.; YOUNG, R. Adquisición de segundas lenguas: variación y contexto social.Tradução Francisco Moreno Fernández. Madri, Espanha: Arco Libros, pp. 17-38.

YOUNG, R. (2000b). Interactional competence: challenges for validity. Trabalho apresentado no Encontro Anual da American Association for Applied Linguistcs e Language Testing Research Colloquium, Vancouver, BC, Canadá, mar., pp. 1-15.

O periódico Trabalhos em Linguística Aplicada utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto, em que:

  • A publicação se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores;
  • Os originais não serão devolvidos aos autores;
  • Os autores mantêm os direitos totais sobre seus trabalhos publicados na Trabalhos de Linguística Aplicada, ficando sua reimpressão total ou parcial, depósito ou republicação sujeita à indicação de primeira publicação na revista, por meio da licença CC-BY;
  • Deve ser consignada a fonte de publicação original;
  • As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.